Lula cerca-se de aliados em seu berço político
Abrigado no prédio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo, desde quinta-feira (5), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o apoio de aliados e inclusive de ex-petistas.
Os deputados Ivan Valente e Luiza Erundina, hoje no PSOL, foram ao encontro de Lula e discursaram em sua defesa no carro de som.
Além deles, os presidenciáveis Guilherme Boulos, do PSOL, e Manuela d’Ávila, do PCdoB ficaram próximos do expresidente. Correligionários como Lindbergh Farias, Gleisi Hoffmann e Dilma Rousseff permaneceram próximos desde a ordem de prisão.
Em palestra na universidade Harvard, nos EUA, o presidenciável Ciro Gomes (PDT) chamou de “bobão” um homem na plateia que comemorava a iminente prisão de Lula, pedindo que “guardasse seu fígado, porque estamos discutindo coisas mais altas aqui”. BERÇO A sede do sindicato se entrelaça com a história do petista.
Foi sua atuação lá como presidente e líder de greves que causou sua prisão em 1980. Na ocasião, ele foi levado de casa ao Dops (Departamento da Ordem Política e Social) e ficou detido por 31 dias.
“O sindicalismo do ABC está estampado nas fábricas e no prédio do sindicato. Em 1979 e 1980, o prédio sofreu cerco policial”, diz Ricardo Antunes, professor da Unicamp.
O sindicato foi fundado em 1933. O atual edifício foi entregue em outubro de 1973 para “o bemestar político e social da família metalúrgica”, como estampava a placa de seu canteiro de obras. Na inauguração, estava presente o então governador Laudo Natel.
Operário da Villares, Lula se sentou na cadeira de presidente da entidade pela primeira vez em 1975 e de lá se projetaria nacionalmente.
Nos corredores do sindicato, discutiu-se a criação do PT e da CUT (Central Única dos Trabalhadores).
(WILLIAM CASTANHO E SILAS MARTÍ)