Filme com trama confusa sobre vampiro-mirim padece de anemia
FOLHA
“A única coisa boa da adolescência é que ela passa.” A bronca que uma professora de matemática repetia na década de 1990 não se aplicaria a Rudolph, o protagonista da animação “Meu Amigo Vampiro”.
É que o menino está preso na adolescência há três séculos porque é um vampiro e, portanto, não envelhece. Sua festa de aniversário reúne na Romênia sua família de sanguessugas do mundo todo. Ele faz birra e foge. No meio tempo, aparece um caçador de vampiros e ele tem de salvar a vampirada, sozinho.
Sozinho, não. No meio do caminho conhece Tony, um americano de 13 anos que convenceu os pais a ir para a Europa atrás de histórias de vampiro, mas que nem sonhava em ver um morto-vivo.
Os dois criam uma amizade mais instantânea que suco de saquinho e saem tentando salvar o mundo. A animação é derivada de um livro infantil que em 2000 já havia sido adaptado para uma versão com atores em carne, sangue e osso. Ambos com mais tônus que esta versão.
As piadas mais engraçadas são as mais chulas, que envolvem sangue e excremento.
Os gráficos são pálidos perto de produções recentes mais viçosas, como “O Touro Ferdinando” e “Viva - A Vida É uma Festa”. O 3D é desperdiçado com bobagens. Na maior parte do tempo, o filme parece uma proteção de tela do Windows 1997.
A trama é mais confusa do que um ninho de mafagados: o filme se resume ao pequeno vampiro mostrando seus superpoderes, sem com eles ajudar a família em apuros.
Eis um filme anêmico que não apeteceria nem a um sedento vampiro adolescente. (THE LITTLE VAMPIRE) DIREÇÃO Richard Claus e Karsten Kiilerich PRODUÇÃO Alemanha/Holanda/Dinamarca/Reino Unido, 2017, livre AVALIAÇÃO ruim