Ônibus autônomo reduz tempo de viagem, diz estudo
FOLHA
Veículos que circulam sem a intervenção direta do condutor serão a solução para se deslocar por megalópoles. Nesse cenário, ônibus terão destaque. A conclusão é do estudo divulgado em 2017 pela consultoria global KPMG.
De acordo com a pesquisa, veículos autônomos empregados no transporte público podem reduzir em 40% o tempo das viagens. O ganho se dá pelo uso da tecnologia GPS para mapear rotas e ordenar o trânsito —os ônibus e demais carros trocarão informações, evitando gargalos como os que ocorrem em grandes cruzamentos.
No caso dos caminhões, a automação permitirá escolher rotas e horários a partir de projeções sobre possíveis congestionamentos.
O cálculo também irá considerar pontos sensíveis da rota: pontes que ofereçam risco por não suportar o peso das carretas e trechos com asfalto ruim serão evitados.
Essa realidade pressupõe que os veículos consigam se deslocar sem que o motorista precise colocar as mãos no volante em nenhum momento e só deverá estar plenamente implementada na década de 2030, mas avanços gradativos ocorrerão até lá.
Um desses é o uso de veículos não poluentes no transporte de cargas e pessoas.
Na edição 2017 do Salão de Tóquio, a Toyota apresentou o Sora, um ônibus movido a pilha de hidrogênio. A energia gerada alimenta as baterias, o que garante autonomia equivalente a de modelos que consomem diesel.
Segundo Kenji Kondo, engenheiro da montadora japonesa, a produção em larga escala começa neste ano. O objetivo da empresa é colocar cem unidades em circulação durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020.
O Sora traz tecnologias que antecipam seu funcionamento autônomo no futuro. Há câmeras que monitoram o que se passa ao redor do ônibus, para reduzir riscos de colisões e atropelamentos.
Sistema semelhante já é testado pela Mercedes em seu protótipo Future Bus, que dispensa motorista. As câmeras servem para manter o veículo em sua faixa caso as coordenadas do navegador GPS sejam temporariamente perdidas, como ao passar por uma passagem subterrânea.
As características e aplicações dos ônibus justificam priorizá-los quando o assunto é mobilidade autônoma. Já há sistemas implementados mundo afora, em rotas predeterminadas. O mais antigo é o holandês parkShuttle, que funciona em Roterdã.
O micro-ônibus começou a rodar em 2005, mas um acidente logo após o início das operações —sem passageiros— interrompeu a circulação. O sistema resistiu a idas e vindas e hoje liga a estação de metrô Kralingse Zoom à área comercial da cidade, um percurso com cinco paradas.
Os problemas com o transporte holandês foram em sua maioria atribuídos a falhas na programação ou no contato entre a central de operações e os veículos. São as questões mais complexas ainda hoje, apesar de todo o desenvolvimento tecnológico.
A multinacional Nvidia, focada em inteligência, é uma das mais empenhadas em oferecer soluções de automação que aproveitem a internet 5G e minimizem os riscos de falhas. Seus sistemas estão sendo testados mundo afora, como no eGo Mover, um ônibus elétrico com capacidade para 15 passageiros.
Durante a feira CES, realizada neste mês em Las Vegas, a empresa anunciou parcerias com Volks e Uber para desenvolver carros autônomos.