Após polêmica, economista-chefe do Banco Mundial deixa cargo, diz ‘FT’
DE SÃO PAULO - O economistachefe do Banco Mundial, Paul Romer, deixará a instituição depois de apenas 15 meses no cargo, de acordo com o jornal “Financial Times”, que diz ter visto um comunicado do presidente do banco, Jim Yong Kim, aos funcionários.
Em mensagem enviada nesta quarta (24), segundo o jornal, Kim informou que Romer disse ter decidido abandonar “imediatamente” a posição e retornar à carreira de professor na Universidade de Nova York.
“Paul é um economista reconhecido e um indivíduo perspicaz, e tivemos muitas boas discussões sobre questões geopolíticas, urbanização e o futuro do trabalho. Agradeci a franqueza e a honestidade de Paul, e sei que ele lamenta as circunstâncias de sua partida”, disse Kim, de acordo com o “FT”.
No início de janeiro, Romer declarou ao jornal “The Wall Street Journal” que alterações metodológicas no estudo Doing Business, que consolida um importante índice de competitividade de países para negócios, prejudicaram a posição do Chile e levaram a resultados enganosos. Mais tarde, porém, ele recuou e disse não ter visto sinal de manipulação política no relatório.
Segundo o “FT”, havia atritos entre Romer e os economistas do banco desde quando ele assumiu o cargo. As divergências seriam percebidas em tudo, da forma de escrita dos relatórios a questões sérias sobre metodologia. O jornal diz ainda que Romer irritou funcionários com o que alguns definem como sua “natureza abrasiva”.