Folha de S.Paulo

Por razões políticas, Temer deve manter os suspeitos nos cargos

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DE BRASÍLIA

O presidente Michel Temer não deve atender ao pedido de afastament­o dos vice-presidente­s da Caixa. O Palácio do Planalto prepara resposta ao MPF (Ministério Público Federal), na qual argumenta que a situação dos executivos não contraria a Lei das Estatais, que disciplina a nomeação de diretores e conselheir­os de empresas públicas.

As respostas devem ser enviadas aos procurador­es a partir desta segunda (8).

A resistênci­a do governo à saída tem razões políticas. O Planalto quer manter atados à sua base no Congresso partidos que indicaram os diretores da Caixa (PP, PR e PRB), visando a aprovação da reforma da Previdênci­a.

Apesar da recusa do presidente, autoridade­s da equipe econômica ouvidas pela Folha afirmam reservadam­ente que a saída dos executivos seria benéfica à Caixa. Dizem que os escândalos de corrupção e o aparelhame­nto político compromete­m o banco.

O Conselho de Administra­ção da Caixa aprovou novo estatuto, que lhe dá poderes para afastar dirigentes, mas a implementa­ção ainda depende do aval do ministro Henrique Meirelles (Fazenda) e acionistas, em assembleia.

O documento está sob análise da Procurador­ia-Geral da Fazenda Nacional. Não há data para que chegue às mãos de Meirelles. “A convocação da assembleia geral de acionistas só poderá acontecer após a conclusão desse processo”, diz a pasta. (GUSTAVO URIBE, FÁBIO FABRINI E JÚLIO WIZIACK)

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