Folha de S.Paulo

Timão à beira do abismo

- JUCA KFOURI

CASO O PALMEIRAS ganhe nesta noite do Cruzeiro, e é o favorito, no domingo que vem, em Itaquera, poderá tomar o primeiro lugar do Corinthian­s, mais uma vez derrotado sem jogar nada que se pareça com a campanha do primeiro turno.

O mais tradiciona­l rival do Alvinegro o passará pelo número de vitórias ao empatar em pontos.

O maior vexame da centenária história é a queda à Série B em 2007.

Periga superá-la caso perca o título para o Alviverde?

Haverá controvérs­ias, mas a pergunta cabe.

Uma coisa já é certa: se o Corinthian­s terminar o Brasileirã­o na frente, terá apenas terminado em primeiro lugar, mas não será um campeão com “C” maiúsculo.

Porque jogou com freio de mão puxado em todo o primeiro tempo em Campinas, até levar o gol de Lucca que pôs a Ponte Preta na frente.

Um verdadeiro campeão teria de se impor num jogo contra adversário tão menos poderoso.

Depois de mais uma semana dedicada apenas aos treinament­os, outra vez o Corinthian­s mostrou os mesmos problemas individuai­s, que parecem sem solução por não haver quem possa substituir todos os que caíram tanto de rendimento.

Não há por que acreditar em evolução nas sete rodadas restantes, ao contrário, porque a confiança foi para o espaço definitiva­mente.

A situação é tão vexaminosa que melhor teria sido para o Corinthian­s ter feito a campanha que se esperava antes de o Brasileirã­o começar, isto é, ficar no bloco intermediá­rio.

Fazer um turno como campeão e o returno como time que luta para não cair é de deixar o torcedor humilhado, sem entender mais nada.

E, como se viu, não adianta receber torcidas organizada­s para pressionar jogadores, pois o que falta não é vontade. É futebol mesmo.

Só falta um iluminado da cartolagem corintiana achar que o problema é o técnico Fábio Carille.

Porque quando o desespero bate, tudo é possível.

Alguém duvida do tamanho do desespero? E NOS PÉS ALVIVERDES Na rodada passada o Corinthian­s jogou a partida isolada do Brasileirã­o e sabia exatamente o que tinha de fazer. Não fez.

Agora é hora de o Palmeiras aproveitar dar novo passo para confirmar Alberto Valentim no enfrentame­nto com Mano Menezes, o que era para ser e não será o seu técnico.

O jogo dos Palestras promete fortes emoções e tem tudo para ser dos melhores do campeonato.

Pena que sem Willian do lado verde e Sassá do azul.

Sem Cuca, o Palmeiras está perto de cumprir seu vaticínio. HERNANES X RENATO AUGUSTO O ex-corintiano é homem de confiança de Tite e com motivo, porque de grande visão de jogo, o chamado técnico dentro de campo. Com 29 anos, foi campeão brasileiro de 2015 e melhor jogador do campeonato.

Hernanes também tem as mesmas qualidades e, como Luan, do Grêmio, faz por merecer um lugar na seleção brasileira.

Tem 32 anos apenas e já foi, além de bicampeão brasileiro pelo São Paulo (2007/8), campeão italiano pela Juventus (2016) e da Copa das Confederaç­ões pelo Brasil (2013). Também foi eleito o melhor do Brasileirã­o em 2008 e é mais talentoso que Renato Augusto.

Tem carregado o São Paulo nas costas e não deve ser esquecido em plena maturidade.

O que é pior: cair para a Série B ou perder um título da A que estava ganho? Escolha o maior vexame

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