Folha de S.Paulo

Melhor que no Rio, Guns encerra festival

Axl Rose mostra voz mais consistent­e do que no Rock in Rio, e banda california­na levanta público com maratona

- AMANDA NOGUEIRA

Mais cedo, Alice Cooper precisou reclamar até que o público se empolgasse com seu show de horrores

Após bater recorde com o show mais longo da história do Rock in Rio, no sábado (23), o Guns N’ Roses voltou a São Paulo nesta terça (26) para uma reprise daquela maratona de três horas e meia.

O show encerrou a primeira edição do São Paulo Trip, que reuniu os principais roqueiros do primo carioca.

Lá estava o trio fundador —Axl Rose, Slash e Duff McKagan— que voltou a tocar junto em 2016. O repertório também replicou o do Rio.

“It’s So Easy” e “Mr. Brownstone”, do álbum de estreia, “Appetite for Destructio­n”, deram o start.

Foi em “Welcome to the Jungle” a primeira catarse do público, que ainda iria se esgoelar em outros clássicos, como “Sweet Child O’ Mine”, “Patience” e “Don’t Cry”.

Axl teve bons momentos e mostrou desempenho superior ao dos últimos shows, como em “Live and Let Die”.

Mas o cantor deslizou em outros temas, como “Estranged” e “This I Love”, reiterando a impressão de que sua voz é uma lembrança saudosista.

Com Slash e Richard Fortus em violões, a banda fez boa versão de “Wichita Lineman”, de Jimmy Webb, populariza­da pelo ícone country Glen Campbell. A dupla ainda duelaria em “Wish You

Axl Rose e Slash (de costas, pulando) durante show no Allianz Parque

Were Here”, do Pink Floyd.

Como de costume, o show reúne citações. Em “Knockin’ on Heaven’s Door”, de Bob Dylan, a banda incorpora a intro de “Only Woman Bleed”, de Alice Cooper. “Civil War” vem casada com “Voodoo Child”, de Jimi Hendrix, e “November Rain” ganha o solo de Eric Clapton em “Layla”. HORROR FOFINHO Mais cedo, o grupo Tyler Bryant & The Shakedown exibiu seu rock de guitarra energética e influência­s do blues para um estádio ainda vazio.

Na sequência, Alice Cooper trouxe o circo de horrores — nem tão horríveis assim— que mostrara dias antes, no Rio.

Guardião do rock raiz, o músico desfilou o som industrial de “Brutal Planet” em um cenário de Halloween de escola, com cabeças de bonecos, bengalas e olhos tapados por aranhas —mas nada que assustasse de verdade.

Seguiu para as mais antigas “No More Mr. Nice Guy” e “Under My Wheels”, faixa que gravou com Axl, do Guns.

O público demorou a reagir, o que fez o músico se manifestar em descontent­amento, gesticulan­do como se jogasse baralho durante “A Woman of Mass Distractio­n”.

A situação mudou com o hit “Poison” e em “School’s Out”, que teve a participaç­ão do guitarrist­a Andreas Kisser, do Sepultura. Cooper ganharia mais atenção em “Feed My Frankenste­in” —em que monta um laboratóri­o e vira o monstro de Frankenste­in— e “Cold Ethyl”, na qual simula necrofilia com uma boneca.

 ?? Marcelo Justo/Folhapress ??
Marcelo Justo/Folhapress
 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil