Não há apuração sobre time de Janot, diz Dodge
Em entrevista, procuradora-geral diz também que denúncia contra Temer deve prosseguir
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse nesta terça (26) que não há no momento investigações sobre membros da equipe de seu antecessor, Rodrigo Janot, relacionadas à negociação do acordo de delação da JBS.
Na última sexta (22), a Folha noticiou uma conversa entre o procurador Sidney Madruga, então integrante da equipe de Dodge, e uma ad- vogada da JBS. No diálogo, presenciado pela reportagem em um restaurante de Brasília, Madruga disse que a “tendência” da PGR era investigar Eduardo Pelella, ex-chefe de gabinete de Janot.
“Todas as atuações investigatórias nossas serão comunicadas uma vez que tenham sido instauradas, e não é o caso ainda no tocante a essa pergunta específica”, disse.
Dodge disse também que ainda estuda o que fazer com a delação da JBS, mas que entende que a eventual rescisão não invalida as provas.
“Me parece que a lei é clara no sentido de que a rescisão do acordo não invalida a prova produzida no âmbito da delação premiada”, disse.
Por outro lado, Dodge admitiu em hipótese que, se restar comprovado que procuradores orientaram o empresário Joesley Batista a gravar Michel Temer, pode haver nulidade do acordo e das provas.
Sobre a segunda denúncia contra Temer, acusado de chefiar organização criminosa e obstruir a Justiça, Dodge disse que aguarda decisão da Câmara e que, se o prosseguimento for autorizado, levará o processo adiante.
“Se a Câmara aprovar a continuidade dessa tramitação, exercerei com clareza e transparência. A denúncia será submetida ao plenário do STF e, se recebida, deverá ter continuidade”.