Folha de S.Paulo

De tanto cobrar prefeito, virou zelador no PR

- KELLY MANTOVANI

FOLHA

Sempre que via sujeira ou degradação nas ruas de Curitiba, Renato Kiche batia uma foto com o celular e divulgava nas redes sociais.

“Chato” (como ele mesmo se definia), passou oito anos no pé das autoridade­s. A dedicação à cidade não passou despercebi­da —na atual gestão de Rafael Greca (PMN), foi nomeado zelador de Curitiba.

Kiche tinha o hábito de colecionar os protocolos de sugestões e reclamaçõe­s dos munícipes —guardava os papéis mesmo quando as ocorrência­s já tinham sido solucionad­as. O inventário era extenso: iluminação e sinalizaçã­o das ruas, manutenção de calçadas, poda de árvores e providênci­as afins.

Amante de vinhos, era uma pessoa caseira, que gostava de reunir amigos e família para fazer um bom churrasco. Também fazia corridas, ajudava nas tarefas domésticas e cultivava uma horta.

Aos sábados, frequentav­a o mercado municipal, onde comia sanduíche de mortadela e bebia uma cachacinha com a mulher Marise.

Companheir­o, fazia questão de estar junto da mulher, artista plástica. “Comigo, ele se envolveu muito com a arte, gostava de pintar e até fez uns quadros”, lembra Marise.

Pouco tempo depois da posse, foi diagnostic­ado com câncer. Esperava ser curado para voltar logo ao trabalho. Mesmo afastado, aproveitav­a os intervalos entre os tratamento­s para cuidar das reivindica­ções dos curitibano­s.

Descendent­e de poloneses, tinha o desejo de visitar o país, mas não deu tempo. Morreu em casa, no último

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