Defensor da Amazônia e vascaíno doente
Com 12 anos de trabalho no Ibama, o analista ambiental Olavo Perim Galvão atuava na linha de frente de grandes operações de repressão a desmatamentos ilegais e garimpos em áreas preservadas e terras indígenas na Amazônia.
Vascaíno doente, dizia à família que, quando morresse, gostaria que suas cinzas fossem espalhadas pelo estádio de São Januário. No sábado (8), no mesmo campo, o clube fez um minuto de silêncio em sua homenagem antes do clássico com o Flamengo.
Nascido em Castelo (ES), Olavo, biólogo, entrou para o Ibama em 2005. Lotado no Espírito Santo, ia à Amazônia para as operações do órgão.
Casado havia dez meses com Camila, era considerado idealista pela família e amigos e intransigente com ilegalidades. Certa vez, um parente disse brincando que numa próxima fiscalização ele deveria trazer camarões apreendidos. Olavo reagiu de imediato, indignado. Com essas coisas não brincava.
Confidenciou a parentes que foi ameaçado de morte pela primeira vez em 2008, em Rondônia, após uma operação que coibiu contrabando de madeira.
No último dia 3, participaria de mais uma operação contra o garimpo e desmatamento na terra indígena Yanomami, na Amazônia, quando o avião em que estava, fretado pelo Exército, caiu sobre árvores logo após a decolagem, em Cantá (RR). Olavo, 35, e outras três pessoas morreram no acidente.
O Exército lhes rendeu homenagem com uma salva de tiros. O governo do ES deu o nome de Olavo ao centro de visitantes do Parque Estadual Forno Grande, em Castelo. coluna.obituario@grupofolha.com.br EM MEMÓRIA SHLOSHIM - CEMITÉRIO ISRAELITA DO BUTANTÃ