Folha de S.Paulo

Defensor da Amazônia e vascaíno doente

- OLAVO PERIM GALVÃO (1982-2017) RUBENS VALENTE MERI BARSOTTI GIUSTI - Neste domingo (16) às 10h, Igreja N. Sra. Aparecida, r. Labatut, 781, Ipiranga. ANTONIO MADI FILHO - Neste domingo (16) às 18h, Igreja N. Sra. da Aclimação, r. Braz Cubas, 163, Aclimação

Com 12 anos de trabalho no Ibama, o analista ambiental Olavo Perim Galvão atuava na linha de frente de grandes operações de repressão a desmatamen­tos ilegais e garimpos em áreas preservada­s e terras indígenas na Amazônia.

Vascaíno doente, dizia à família que, quando morresse, gostaria que suas cinzas fossem espalhadas pelo estádio de São Januário. No sábado (8), no mesmo campo, o clube fez um minuto de silêncio em sua homenagem antes do clássico com o Flamengo.

Nascido em Castelo (ES), Olavo, biólogo, entrou para o Ibama em 2005. Lotado no Espírito Santo, ia à Amazônia para as operações do órgão.

Casado havia dez meses com Camila, era considerad­o idealista pela família e amigos e intransige­nte com ilegalidad­es. Certa vez, um parente disse brincando que numa próxima fiscalizaç­ão ele deveria trazer camarões apreendido­s. Olavo reagiu de imediato, indignado. Com essas coisas não brincava.

Confidenci­ou a parentes que foi ameaçado de morte pela primeira vez em 2008, em Rondônia, após uma operação que coibiu contraband­o de madeira.

No último dia 3, participar­ia de mais uma operação contra o garimpo e desmatamen­to na terra indígena Yanomami, na Amazônia, quando o avião em que estava, fretado pelo Exército, caiu sobre árvores logo após a decolagem, em Cantá (RR). Olavo, 35, e outras três pessoas morreram no acidente.

O Exército lhes rendeu homenagem com uma salva de tiros. O governo do ES deu o nome de Olavo ao centro de visitantes do Parque Estadual Forno Grande, em Castelo. coluna.obituario@grupofolha.com.br EM MEMÓRIA SHLOSHIM - CEMITÉRIO ISRAELITA DO BUTANTÃ

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