Folha de S.Paulo

Cruz da Ordem de Cristo,

- GIANCARLO GIAMPIETRO BRASIL

A equipe jogava de branco e azul e, desfalcada, não foi tão competitiv­a. Caiu na primeira fase, fato raro.

Mas, se havia algo naquela campanha que anunciaria o que viria a ser a seleção brasileira, era a alcunha do autor de seu primeiro gol nas Copas do Mundo: Preguinho.

Entre tantos elementos do futebol brasileiro que fazem parte de sua mitologia aos olhos dos europeus, está a suposta tradição de que seus craques precisam de apelidos e, de preferênci­a, que esses acabem em diminutivo.

Ou você acha que o atacante alemão Marco Reus, do Borussia Dortmund, se autointitu­la “Woodyinho” (um pequeno pica-pau) à toa?

Posto isso, o resto se arranjaria com o tempo. O branco foi mantido na camisa em Copas até 1950 e o Maracanazo.

Em campo, no Uruguai, não importando o uniforme, a seleção estava desfigurad­a.

A Apea (Associação Paulista de Esportes Atléticos) entrou em choque com os cariocas da CBD (Confederaç­ão Brasileira de Desportos), que controlava­m a seleção.

Os paulistas queriam ao menos uma vaga na comissão técnica. Pedido negado.

A retaliação foi severa: tiraram seus atletas do time. Num grupo de 24 convocados, originalme­nte 15 jogavam em São Paulo. Restou só o atacante Araken Patuska.

Entre os barrados estava o ponta-direita Amphilóqui­o Guarisi Marques, o Filó.

Em 1934, ele jogaria, enfim, sua Copa –mas pela Itália e sem apelido. Na ocasião, atendeu só por Guarisi. GLAUCO DIOGENES

ESCUDO

CBD (Confederaç­ão Brasileira de Desportos) era a sigla que comandava o futebol nacional e existiu até 1979. A cruz pátea branca pode ter inspiração na

símbolo estampado nas velas que aportaram no Brasil em 1500 Embora o amarelo tivesse pouca visibilida­de e a forma seja diferente, notase como o distintivo já foi um embrião para o utilizado pela CBF (Confederaç­ão Brasileira de Futebol)

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