Folha de S.Paulo

Em maio, nova revista de livros chega ao mercado

‘Quatro Cinco Um’ trará resenhas e listas de lançamento­s em várias áreas

- MAURÍCIO MEIRELES

Publicação mensal, que tratará de cerca de 200 títulos, será nos moldes da influente ‘The New York Review of Books’

Em breve, uma nova revista de livros chega ao mercado. Voltada especialme­nte para resenhas e comandada pelos editores Paulo Werneck e Fernanda Diamant, a “Quatro Cinco Um” será distribuíd­a, a partir de maio, aos assinantes da revista “piauí”, na qual sairá encartada.

A publicação também será vendida avulsa em bancas selecionad­as e livrarias.

Desde o segundo semestre de 2016, quando Werneck deixou a curadoria da Flip após três edições, a dupla vinha se dedicando a buscar parceiros para botar o projeto de pé. Conseguira­m obter a matériapri­ma de uma fabricante de papel para imprimir a revista.

O resultado é uma publicação de 40 páginas, que, entre resenhas e indicações, tratará de cerca de 200 títulos.

A ideia, dizem os dois, é trazer os debates relevantes para a sociedade, mas sempre mediados pelo livro. Foi pensada nos moldes de publicaçõe­s influentes como “London Review of Books” e “The New York Review of Books”.

O nome é uma referência a “Fahrenheit 451”, romance distópico de Ray Bradbury, no qual livros são incinerado­s por serem considerad­os elementos de desarmonia social —451 graus Fahrenheit (o equivalent­e a 233 graus Celsius) é a temperatur­a na qual o papel entra em combustão.

“Como dizemos para as crianças que ler é importante se o ambiente em torno da leitura se deteriora?”, indaga Werneck, que foi o primeiro editor da “Ilustríssi­ma”, caderno criado pela Folha em maio de 2010. “Por isso, procuramos fazer uma revista que trate bem quem já é leitor. Porque é ele que forma os futuros leitores”, complement­a.

A “Quatro Cinco Um” será enviada durante seis meses aos assinantes da “piauí” —e depois caminhará com as próprias pernas.

“É importante dizer que a revista está incubada dentro da ‘piauí’, mas sem pertencer a ela. Não tivemos nenhuma interferên­cia editorial deles”, diz Fernanda Diamant.

A publicação não tem fins lucrativos, mas os dois esperam criar uma cultura de anúncios de livros. A publicidad­e de editoras, que nunca foi setor relevante na mídia impressa, hoje é quase toda aplicada na compra de espaços de exposição em livrarias.

“Várias editoras que procuramos lembraram que sua verba era usada na compra de vitrines, mas disseram que achavam importante nos apoiar”, diz Werneck.

Além das resenhas, a “Quatro Cinco Um” trará ao fim de cada edição uma lista de centenas de livros, em várias áreas, indicados para o leitor.

A revista se preocupará ainda em manter o didatismo dos textos, evitando uma redação obscura. A ideia é não se restringir a livros de ficção e passar por ciência, política e economia, entre outros assuntos.

O exemplar da revista custará R$ 17 e a assinatura anual, R$ 136 —para menores de 26 anos, o valor será de R$ 100. Há também uma modalidade de “assinante entusiasta”, ao custo de R$ 250.

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Fotos Divulgação
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Brunhilde Pomsel, retratada no documentár­io ‘Uma Vida Alemã’, foi estenógraf­a do Ministério da Propaganda, liderado por Joseph Goebbels, um dos mais furiosos líderes nazistas
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Zanone Fraissat/Folhapress Paulo Werneck e Fernanda Diamant, editores da revista

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