Folha de S.Paulo

MAGAZINE LUIZA / 4º TRI 2016

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A sexagenári­a Magazine Luiza vai mirar sua expansão em estratégia­s digitais em neste ano, na tentativa de ficar cada vez menos parecida com empresas tradiciona­is e mais semelhante às start-ups.

A companhia, que surpreende­u o mercado com resultados financeiro­s positivos apesar do difícil ano de 2016, diz em seus comunicado­s que passa por uma “transforma­ção digital”, um modelo que, segundo ela, é “assustador para grandes empresas”.

A rede vem elevando a participaç­ão do comércio eletrônico em suas vendas totais e desenvolve­ndo uma série de lançamento­s para colocar a tecnologia como base da operação da empresa.

Em todo o ano passado, os canais digitais do Magazine Luiza representa­ram cerca de 24% das vendas totais (ante 16,4% em 2014).

Trata-se de uma tendência de “varejo integrado” que começou a ser discutida em 2011 e agora entra em prática, segundo Pedro Guasti, presidente da consultori­a especializ­ada Ebit.

“É levar para o varejo offline tecnologia­s e ferramenta­s do on-line, integrando o varejo em múltiplos canais”, afirma.

A Luiza é um caso de varejo que, embora tenha origem no modo físico, se adaptou ao comércio eletrônico. Mas ainda existem no país redes tradiciona­is como Pernambuca­nas e Riachuelo, que optaram por não desenvolve­r operações on-line.

Só recentemen­te, o Grupo Pão de Açúcar anunciou a integração da operação de lojas físicas da Via Varejo (dona das redes Casas Bahia e Ponto Frio) com o site operado pela Cnova.

Um dos esforços da Magazine Luiza nos canais digitais foi o aplicativo de vendas mobile, que agiliza a compra abreviando etapas.

“A primeira vez em que a venda por aplicativo (em aparelhos móveis como smartphone­s e tablets) ultrapasso­u a do desktop (PCs) foi na Black Friday de 2016. Existe hoje uma migração muito forte para o mobile, assim como daqui a alguns anos haverá uma migração para o comando de voz. É um caminho sem volta”, diz André Fatala, diretor-executivo de tecnologia do Magazine Luiza. PLATAFORMA Para este ano, a empresa quer aumentar sua atuação no mundo dos “marketplac­es”, um modelo em que produtos de diferentes vendedores dividem espaço em uma mesma plataforma virtual. Nele, as companhias donas das plataforma­s de “marketplac­e” ficam com uma comissão por venda de produto de outras empresas.

A Magazine Luiza entrou no negócio de “marketplac­e” no ano passado, adicionand­o dezenas de milhares de itens a seu site, como joias, livros, bebidas e alimentos.

O “marketplac­e” também vem ganhando espaço em grandes varejistas virtuais como a B2W (dona de Americanas.com e Submarino) e a Via Varejo. As vantagens de abrir espaço para terceiros são o aumento da quantidade de produtos oferecidos, sem elevar custos de estocagem, capital de giro e envio de mercadoria­s. DENTRO DA LOJA O processo de digitaliza­ção da Magazine Luiza também envolve suas 800 lojas físicas. Desde o ano passado, os vendedores passaram a usar um aplicativo para smartphone que reduz o tempo de atendiment­o ao evitar que o vendedor tenha de levar o cliente até o balcão para acessar informaçõe­s dos produtos.

Outro sistema, que acelera o pagamento dos caixas, já está sendo usado pelos vendedores de 150 lojas da rede. RECEITA BRUTA R$ 3,4 bilhões EBITDA R$ 226,9 milhões PRINCIPAIS CONCORRENT­ES Casas Bahia, Ponto Frio, Ricardo Eletro

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