Você é quase discriminado se tomar refrigerante, diz Sá
DE SÃO PAULO
André Sá, 39, que neste domingo (5) conquistou o torneio de duplas do Aberto do Brasil, já havia entrado para a turma dos trintões do tênis quando decidiu mudar a sua rotina alimentar e de treinamentos.
Quando o Rio se tornou sede da Olimpíada de 2016, definiu que queria disputar os Jogos no Brasil, mesmo que para isso fossem necessárias várias adaptações.
A maior foi na geladeira. Refrigerante e álcool foram cortados e alimentos derivados do leite reduzidos.
“Refrigerante era quase todo dia. Mas o ambiente ficou tão diferente que você chega a quase ser discriminado por estar tomando uma Coca-Cola”, brinca.
As comemorações embaladas por álcool também diminuíram. “Antes dieta era para o cara gordinho. Hoje não é mais assim”, diz.
Em quadra também foi preciso fazer ajustes para que se aproximasse dos 40 anos na 57ª colocação do ranking de duplas da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais).
“Hoje eu faço menos horas de treino [diárias], mas mais vezes”, afirma.
Tirar um mês inteiro de férias também ficou no passado. “Não posso porque o corpo tem de estar acostumado. Se você parar, demora para voltar ao ápice”, diz.
Sacrifício? O tenista prefere encarar de outra maneira. “Minha rotina virou isso. Adaptar dieta e os treinamentos faz parte, mas ter a mentalidade de acordar todo dia com vontade de melhorar foi o desafio”, diz.
Sá atingiu o objetivo de disputar os Jogos do Rio. Ao lado de Thomaz Bellucci, parou nas oitavas de final.
Ele não pensa em aposentadoria. “Enquanto estiver bem fisicamente vou jogar. Ainda não vejo o fim do túnel”, afirma. (DC)