Mulheres desobstruem batalhões e encerram motim no ES
Policiais militares do Estado estavam paralisados desde o último dia 4, reivindicando reposição de perdas salariais
Mulheres de PMs do Espírito Santo desobstruíram os portões dos batalhões no sábado (25) dando fim ao motim que paralisou o policiamento no Estado desde o último dia 4. A saída ocorreu após entendimento com o secretário de Direitos Humanos do Estado, Júlio Pompeu, e a adesão da CUT (Central Única dos Trabalhadores) ao movimento.
Em reunião na noite de sexta (24), ficou acertado que não serão impostos novos procedimentos punitivos aos PMs e as ações judiciais contra familiares e associações de militares podem ser suspensas.
Um novo encontro está marcado para quinta-feira (2/3). Participaram da reunião, além das mulheres e de Pompeu, representantes da CUT, do Ministério Público do Trabalho e do Tribunal Regional do Trabalho, que irão atuar como mediadores.
“Nós tínhamos 43 municípios com 100% dos policiais trabalhando até agora, mas hoje toda a PM responde às escalas de serviço”, afirmou o comandante-geral da PM capixaba, Nylton Rodrigues. O Estado tem 78 municípios.
Em nome dos policiais, o comandante se desculpou à sociedade “pelo momento terrível e trágico para todos”.
Uma das mulheres do movimento afirmou à Folha que elas não desistiram das reivindicações principais: reposição de perdas salariais e perdão aos PMs envolvidos.
O governo do ES afirma não ser possível aumentar os salários devido à Lei de Responsabilidade Fiscal e colocou como condição para a negociação de outras demandas a retomada do policiamento. “Saímos para iniciar a negociação. A gente agora precisa ser ouvida de outra forma”, disse a representante. Em sua primeira entrevista após passar seis anos e sete meses preso, Bruno Fernandes de Souza, 32, declarou a uma afiliada da TV Globo em Minas Gerais que “independente do tempo que eu fiquei também, eu queria deixar bem claro, se eu ficasse lá, tivesse prisão perpétua, por exemplo, no Brasil... não ia trazer a vítima de volta”. Ele foi condenado em 2013 pela morte da amante, Eliza Samudio.