Folha de S.Paulo

Estar com suas convicções para atingir a expectativ­a de todos.

-

Com três anos de carreira como treinador, Eduardo Baptista, 46, tem a responsabi­lidade de harmonizar as peças do elenco mais badalado do país. Com Felipe Melo, Guerra, Dudu e, agora, Borja, o jovem técnico, filho de Nelsinho, que teve passagem pelo clube no passado, se arma do estudo de táticas e de um senso de justiça para se preparar para seu “maior desafio”. Folha - Você conversou com o seu pai sobre a pressão que é assumir o Palmeiras?

Eduardo Baptista - A pressão é grande por resultados. É um time que ganhou o título do Brasileiro. Por isso, a cobrança será maior ainda, porque o que você fizer de diferente de um título brasileiro já não é um resultado bom. Se você for segundo colocado no Brasileiro deste ano já não é bom. O parâmetro é o título. A responsabi­lidade nossa é muito grande para fazer as coisas acontecere­m. Por isso você tem que estar preparado para saber o que vai fazer, Você tem um elenco cheio de jogadores tarimbados. Como controlá-lo?

Em um grupo como o do Palmeiras, você tem que ser justo. Se você vai deixar um jogador de renome no banco ou um campeão brasileiro na Neste domingo (12), o meia venezuelan­o Alejandro Guerra, 31, eleito o melhor jogador da Libertador­es de 2016, pode fazer sua estreia pelo Palmeiras contra o Ituano, às 19h30 (com SporTV), no estádio Novelli Júnior, em Itu. reserva, é porque tem outro que vive um momento melhor. E esse jogador que ficou na reserva tem que perceber que você está sendo justo com ele. Ele pode até ficar insatisfei­to, e tem que ficar, porque não pode se acomodar. Mas tem que trabalhar, porque ele sabe que o comando é justo. Vai jogar aquele que estiver no melhor momento. É sendo justo que se controla um vestiário?

Antes de tudo, o treinador tem que mostrar conhecimen­to. O jogador hoje é moderno e crítico. Anos atrás, os jogadores de futebol talvez não eram tão críticos. Hoje, eles querem saber a explicação do porquê daquele treinament­o. A comissão técnica e o treinador têm que mostrar o conhecimen­to, saber o que estão fazendo, e aí entra nessa parte de ser justo para poder ganhar a confiança do jogador e fazer com que ele trabalhe e se recupere independen­temente se tem renome ou se é menino. Vai jogar quem treinar mais forte. Cuca. Eu gosto do jogo bem jogado, gosto da bola no chão, da saída de bola, gosto de dois meias que procuram fazer as triangulaç­ões, que fazem as ligações entre defesa e ataque. Na marcação a gente procura cobrar agressivid­ade. Qual esquema tático você deve adotar? É o 4-1-4-1?

Esse esquema é a matriz que a gente tem. Mas no segundo tempo contra o Botafogo-SP [vitória por 1 a 0] marcamos no 4-4-2 e atacamos no 4-2-3-1. As variações vão acontecend­o. O que eu procuro didaticame­nte é fixar um esquema para ele ser entendido. O 4-1-4-1 é uma disposição melhor para mim. Eu não gosto de jogar com dois volantes por trás. Eu consigo jogar e marcar bem com um volante por trás. Eu gosto de dois meias avançados e chegando lá. Por isso, o 4-1-4-1 é um sistema que eu gosto. Você consegue ter dois jogadores entrando, você consegue ter variações entre esses dois. Às vezes você tem os meias por fora e trás os extremos por dentro. O calendário do futebol brasileiro passou por modificaçõ­es relevantes. Como isso afetará seu trabalho?

 ?? Jorge Araújo/Folhapress ?? Eduardo Baptista no hotel dentro do CT do Palmeiras
Jorge Araújo/Folhapress Eduardo Baptista no hotel dentro do CT do Palmeiras

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil