Folha de S.Paulo

Empresa banca projeto em SP de transparên­cia

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Braz Junior foi implicado na Lava Jato por ter assinado um contrato de consultori­a da empresa com Paulo Roberto Costa, ex-funcionári­o da Petrobras. Ele diz que o acordo foi herdado da gestão anterior e que não sabia que era um acerto de fachada.

O conselho de administra­ção, formado pelos herdeiros Maurício, Ricardo e Fernando de Queiroz Galvão, passou a ter membros independen­tes: os economista­s Mailson da Nóbrega e Ricardo Sennes.

Uma diretoria de compliance (cumpriment­o da legislação e de regras de conduta) foi criada — até 2014 não existia sequer código de ética.

Os executivos passaram por 42 horas de aulas sobre as leis anticorrup­ção e concorrenc­ial. Os funcionári­os dos canteiros de obras assistiram a videoaulas. Os acionistas também receberam treinament­os e assinaram um termo de compromiss­o, afirma Ana Cristina Freire, diretora de compliance da empresa.

As novas regras incluem o veto a presentes para agentes públicos. Para dá-los, é necessária a autorizaçã­o da diretoria de compliance. Reuniões com políticos ou servidores só podem ocorrer se houver mais de um funcionári­o da empresa no local.

DE SÃO PAULO

Como parte das iniciativa­s para melhorar sua imagem, a Queiroz Galvão financiará um projeto para dar mais transparên­cia às contas de municípios.

A primeira parceria da empreiteir­a foi firmada com São Sebastião (SP).

A administra­ção local receberá a consultori­a da Agenda Pública e do Instituto Ethos. Custeadas pela empreiteir­a, farão um diagnóstic­o do acesso franqueado à população sobre dados como despesas, licitações, editais e contratos.

Um plano de ação para melhorar o combate à corrupção e os sistemas de controle da prefeitura será formulado. O projeto deve durar até 2020, o que coincidirá com o fim do mandato do atual prefeito, Felipe Augusto (PSDB).

Apesar de ter só 80 mil habitantes, a cidade litorânea concentra duas das 15 obras tocadas hoje pela Queiroz Galvão no país.

A existência de um porto e de operações da Petrobras na região indica que o cresciment­o do município deve ser acentuado, diz Ana Cristina Freire, diretora de compliance da empresa, área responsáve­l por impedir que funcionári­os cometam irregulari­dades.

A Queiroz Galvão é uma das empreiteir­as acusadas de envolvimen­to em esquema de corrupção da Petrobras e tem obras sob suspeita no Peru.

Segundo Freire, a iniciativa visa melhorar o ambiente e os processos do serviço público. “A preocupaçã­o com ganho de imagem vem somente depois.”

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