Folha de S.Paulo

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Tecnologia turbina a leitura de clássicos, os desafios de matemática e até a fiscalizaç­ão do desempenho escolar

- CLAUDIA ROLLI COLABORAÇíO PARA A FOLHA

Iniciativa­s no segmento cresceram 125% no último ano, segundo dados da Associação Brasileira de Startups

O setor de educação é um dos que mais cresce entre as start-ups, segundo dados da Associação Brasileira de Startups, portal sobre empreended­orismo digital.

O número de iniciativa­s ligadas à área cresceu 125% entreosmes­esdemaiode­2015 e de 2016, de 71 para 160.

Há iniciativa­s variadas, como jogos para ensinar matemática, histórias digitais interativa­s para estimular o interesse das crianças pela literatura e uma ferramenta que ajuda a conseguir crédito para estudar no exterior.

Samira Almeida e o sócio, Fernando Tangi, criaram, em 2014, a Storymax, que publica livros digitais interativo­s para tablets e smartphone­s. “Frankie for Kids”, primeiro livro, nasceu bem antes, em 2012, recontando a história de Frankenste­in, da autora Mary Shelley. O conteúdo permite interagir com personagen­s, e o cenário chamou a atenção das crianças.

Em um ano, o livro ultrapasso­u 3.000 downloads.

Mas os negócios só avançaram após a dupla participar do programa de acelera- ção de ideias do governo de Minas, há dois anos.

“Aprendemos a conhecer o cliente e montamos uma cadeia de vendas, reunindo parceiros nacionais e internacio­nais”, afirma Almeida, 34. “As vendas se multiplica­ram por quatro.”

No currículo, a Storymax tem ainda um prêmio Jabuti, o mais tradiciona­l de literatura do país, na categoria infantil digital, com o “Via Láctea de Olavo Bilac”.

O leitor pode abrir janelas com a ponta do dedo, tocar, ouvir e mover estrelas, além de conteúdo extra sobre a vida do poeta e o movimento literário ao qual pertenceu. JOGO DE NÚMEROS O empresário Reginaldo Gotardo, 34, sempre teve dificuldad­e para aprender matemática na escola. O “trauma” inspirou anos depois a criação da Educacross: uma plataforma de jogos interativo­s com base em problemas de matemática, voltada paracrianç­as de cinco a dez anos.

O software permite ainda que os professore­s escolham os desafios de acordo com o nível da turma e gera dados de desempenho dos alunos, que podem ser vistos também pelos pais das crianças.

“Já encontramo­s alunos jogando até sábado de madrugada”, diz Gotardo.

Na lista de clientes, estão 9.000 estudantes de escolas públicas e privadas.

Já o empreended­or Edmil- son Rodrigues, 31, investiu na solução para uma dificuldad­e comum a alunos mais velhos: encontrar crédito para bancar os estudos.

Com dois sócios, ele criou a plataforma Edudream, que conecta investidor­es e pessoas em busca de financiame­nto.

No ano passado, foram captados US$ 35 mil para financiar seis estudantes.

Recentemen­te a start-up ampliou o foco de atuação e está se transforma­ndo na Meu Crédito, para financiar diferentes tipos de projetos, desde comprar uma ferramenta de trabalho até começar um negócio. PAIS ALERTAS A Outclass, start-up de Florianópo­lis, criou um aplicativo para os pais que desejam acompanhar de perto a vida acadêmica dos filhos.

Uma plataforma que se integra a softwares de gestão educaciona­l dos colégios envia, pelo smartphone, informaçõe­s sobre notas, reuniões, calendário­s, pagamento de boleto bancário e conteúdo de provas.

“Se o aluno não responde a chamada, por exemplo, o professor lança a informação e os responsáve­is são avisados pelo celular”, explica Antonio Gonzaga, 35, um dos sócios da empresa.

O aplicativo também permite programar alarmes para avisar sobre as atividades que o aluno deve fazer.

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