Folha de S.Paulo

Para Renan, não há chances de Dilma voltar ao poder

- Colaborou MARIANA HAUBERT, de Brasília DANIELA LIMA

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou a aliados que não vê chances de a presidente Dilma Rousseff retomar o poder após ter sido afastada.

A avaliação foi feita pelo senador repetidas vezes desde o desfecho da votação no Senado que sacramento­u o afastament­o de Dilma, na semana passada. Para Renan, mesmo uma gestão tortuosa do presidente interino, Michel Temer (PMDB), não seria suficiente para reerguer a petista politicame­nte.

O presidente do Senado sempre foi visto como o “último bastião” da governabil­idade de Dilma. Ele só se afastou da petista nos últimos capítulos do impeachmen­t.

À derrocada da gestão petista se seguiu uma discreta reaproxima­ção entre Renan e Temer. Desafetos históricos dentro do PMDB, os dois passaram a se encontrar com mais frequência.

Nesta terça (17), Renan foi pela primeira vez ao Planalto para uma reunião com Temer. O presidente interino precisará da colaboraçã­o do presidente do Senado para aprovar medidas importante­s para a economia.

A mais urgente delas, a mudança na meta fiscal, precisa ser votada pelo Congresso até o dia 22, ou o governo será obrigado a fazer um corte emergencia­l de gastos, compromete­ndo até o pagamento de luz e telefone.

A mudança da meta de superavit deve ser feita em sessão do Congresso, que só pode ser convocada por Renan, o que deve ocorrer na próxima semana, para dar tempo ao governo de quantifica­r o tamanho do deficit atualizado. A avaliação é que esse pequeno atraso não chegará a afetar, na prática, o pagamento das despesas do governo.

 ?? Pedro Ladeira/Folhapress ?? Deputados protestam durante sessão do plenário pedindo a saída do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão
Pedro Ladeira/Folhapress Deputados protestam durante sessão do plenário pedindo a saída do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão

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