Laurie Anderson medita sobre a morte de forma poética e sensível
FOLHA
Quase 30 anos depois de “Terra de Bravos” (1986), a multiartista Laurie Anderson está de volta ao longa-metragem. O documentário “Coração de Cachorro” foi concebido a partir de três perdas sucessivas que a marcaram: da mãe, do marido, Lou Reed, e de sua cadela Lolabelle.
Cheio de lirismo e de uma liberdade de tom que contempla o humor, o filme tece uma meditação sobre a existência, o amor e a linguagem e seus limites. Também aborda o comportamento dos animais, o budismo e a sociedade de controle pós-11 de setembro.
A cineasta recorre a uma grande variedade de imagens, muitas delas fora de foco, tratadas por filtros que lhes dão ares oníricos. Na faixa sonora, uma colagem de obras de Anderson dialoga com as reminiscências das imagens e sua voz serena.
Apesar de autorreferente o tempo todo, não há sinal de narcisismo ou pretensão nesse filme poético e sensível. (HEART OF A DOG) DIREÇÃO Laurie Anderson ELENCO Laurie Anderson, Dustin Defa, Jason Berg PRODUÇÃO França/EUA, 2015, 14 anos QUANDO estreia nesta quinta (21) AVALIAÇÃO bom
CRÍTICO DA FOLHA
Pouca gente no Brasil conhece ou mesmo se lembra quem é Louis de Funès (191483). Nem lembra de “As Loucas Aventuras do Rabbi Jacob”, do qual é protagonista.
Daí ser um tanto surpreendente ver o filme realizado em 1973 por Gérard Oury ser resgatado pela série “Filmes que Marcaram Época” (Curta, 15h, 12 anos). Surpreendente, mas não injusto: foi um filme a seu tempo de sucesso mundial; em segundo, Funès é um comediante de muito talento.
Por fim, o Rabbi Jacob é um personagem bem interessante, pois nem rabino é: é um cara que precisa escapar ao mesmo tempo de assassinos árabes e da polícia.
No mais, temos aqui uma série de primeira linha, em que se destrincha a produção de certos filmes. E a produção às vezes é mais interessante do que o próprio filme, caso de “O Boulevard do Crime” (1945), de Marcel Carné, visitado pela série há pouco tempo.