Folha de S.Paulo

Nos EUA, segmento jovem ganha força no eleitorado latino

Fatia de pessoas de 18 a 35 anos é maior entre hispânicos que entre brancos e negros, mas vota menos, diz estudo

- THAIS BILENKY

Mudança geracional passará a engordar eleitorado mais do que naturaliza­ções e deve alterar perfil do grupo

O eleitorado jovem latino é um filão a ser explorado pelos atuais aspirantes à Presidênci­a dos EUA, cuja campanha começa oficialmen­te em dez dias, com o início da temporada de prévias estaduais para a escolha de candidatos.

Estudo feito pelo respeitado centro de pesquisa Pew e divulgado na noite de terça (19) mostra que o grupo responde por 44% do total de eleitores hispânicos no país.

Essa fatia da população, por sua vez, registrou neste ano um recorde de 27,3 milhões de pessoas aptas a votar —a expectativ­a é que o grupo forme uma parcela maior de pessoas aptas a votar do que formava em 2014, quando eram 11,3% do total.

O percentual de jovens entre os hispânicos também supera o de outros grupos étnicos no país. Entre os brancos, os jovens são 27%; entre os negros, 35%; entre os asiáticos, perfazem 30%.

Em números absolutos, porém, a maioria branca do país supera as demais minorias na faixa etária que compreende pessoas de 18 a 35 anos.

MUDANÇA DE PERFIL

No entanto, o aumento da população de origem latina nascida nos EUA abre uma perspectiv­a nova. Segundo a pesquisa, esses jovens serão o principal motor de cresciment­o do eleitorado hispânico nas próximas duas décadas, sobrepondo-se aos imigrantes naturaliza­dos e aos porto-riquenhos emigrados.

A aposta é certeira: os jovens também serão a maior fonte de cresciment­o dos eleitorado­s branco e negro (o voto não é obrigatóri­o no país).

Contudo, enquanto entre hispânicos a fatia de jovens se mantém desde 2000, entre os brancos, negros e asiáticos ela vem caindo.

Com efeito, o eleitorado de origem na Ásia têm nos imigrantes naturaliza­dos maior número de eleitores (930 mil) do que nos jovens (607 mil).

Parcela em expansão na população, os latinos devem registrar o recorde de 11,9% do total de votos nas eleições deste ano, estima o Pew.

Se confirmado, eles se aproximam dos 12,4% correspond­entes a eleitores negros.

Ainda assim, os hispânicos deverão estar sub-representa­dos, devido às taxas de comparecim­ento às urnas historicam­ente baixas no grupo.

Entre a população americana em geral, os hispânicos já são 17,3%.

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