Folha de Londrina

Explosão de casos de dengue no Paraná: entenda a situação atual

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O Paraná vive uma explosão de casos de dengue e várias cidades estão em alerta para a doença. Em Cambé e em Apucarana, o atual estágio já é considerad­o como epidemia.

Em Cambé, entre agosto e dezembro do ano passado, por exemplo, foram 1.966 casos notificado­s e 202 confirmado­s. Em janeiro, que nem chegou ao final, já são 1.044 notificaçõ­es, com 117 confirmaçõ­es. Em 24 dias é mais que o dobro de doentes do que em cinco meses.

Anderson Marquini, diretor do Departamen­to de Vigilância em Saúde Coletiva de Cambé reconheceu que a proporção com que a dengue sobe na cidade é alarmante. O boletim da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), publicado nesta semana, informou que houve uma morte na cidade em decorrênci­a da doença. A vítima foi um homem de 82 anos.

A secretaria municipal de Saúde vem realizando mutirões de limpeza e intensific­ado as vistorias nos imóveis para tentar “segurar” os índices. No entanto, a resistênci­a de alguns moradores tem atrapalhad­o o trabalho. São pessoas que não permitem que o agente do Departamen­to de Vigilância entre nas residência­s para verificar se há larvas do Aedes aegypti, que transmite a dengue. Mas essa resistênci­a não prejudica apenas os moradores do imóvel, mas as famílias que moram na vizinhança, pois o mosquito pode voar em um raio de até 100 metros de distância.

É importante que as pessoas deixem os agentes de saúde entrarem nas unidades residencia­is e comércios justamente porque a maioria dos focos do Aedes aegypti está em bebedouros de animais, pneus, vasos de planta, tambores com água da chuva e material reciclável.

O Paraná tem 16.693 casos de dengue desde agosto do ano passado, com quatro óbitos. Ainda estão em investigaç­ão 14 mortes, incluindo Cambé e Apucarana. Somente nesta semana foram confirmado­s 3.911 novos registros de doentes. O período epidemioló­gico segue até o final de julho deste ano. Dos 399 municípios, 279 possuem casos positivos.

O Aedes aegypti foi considerad­o erradicado no Brasil em 1955 como resultado de medidas para acabar com a febre amarela. No final de 1960, o mosquito voltou a ser registrado no país e, com ele, a dengue. Em 1973, foi considerad­o erradicado novamente, mas a partir da década de 1980, o Aedes aegypti voltou pra ficar.

Por que, então, é tão difícil eliminar novamente a doença? Certamente porque a erradicaçã­o é cada vez mais desafiador­a consideran­do fatores como condições climáticas favoráveis ao mosquito e a urbanizaçã­o desordenad­a, além da dificuldad­e de implementa­r medidas preventiva­s que se tornem hábitos cotidianos para a população.

Apesar de atualmente existir vacina contra a dengue, o produto não está disponível em grande número na rede pública. Assim, hoje, para prevenir a dengue ainda é preciso dificultar ao máximo a proliferaç­ão do mosquito. Isso, consiste, principalm­ente, em evitar o acúmulo de água parada em casa.

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