Ministro diz que ‘visão está contaminada’ e que Paraná precisa ‘olhar para o futuro’
que a discussão ficou muito contaminada, com muito problema de comunicação. As pessoas não estão entendendo o modelo como de fato ele é”, afirmou Tarcísio em uma das reuniões realizadas em Curitiba no início de abril.
Bianco, do Ministério da Infraestrutura, citou que, antes do leilão das rodovias paranaenses, outros estados do Brasil já estão firmando contratos parecidos e que até Santa Catarina tem pedido pelo modelo híbrido, que, segundo ele, garante maior equilíbrio e obras.
“O paranaense se reflete nos contratos que conheceu, de 24 anos de fracasso, de corrupção. Ele não consegue distinguir as diferenças, só sabe que não quer o que foi feito antes, e o nosso projeto é exatamente para resolver esses problemas”, disse.
“O Paraná está ficando para trás na discussão porque está olhando para o passado e esquecendo de ver o futuro.”
João Arthur Mohr, gerente de Assuntos Estratégicos da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), se contrapõe à posição do diretor. Para ele, há outras soluções possíveis para garantir a execução das obras sem que isso represente um peso a mais no bolso dos motoristas.
“Se a empresa for eficiente e tiver condições, por que não oferecer um desconto maior [de tarifa]? Para não atrair aventureiros, querelamentar
mos uma garantia por caução. O dinheiro vai ficar numa conta a que a empresa só terá acesso quando entregar a obra”, explicou.
Ele citou como exemplo o eventual interesse de concessionárias que sejam também donas de construtoras e que, por isso, conseguiriam executar as obras por valores menores do que os previstos pelo governo federal no projeto inicial.
“Se a empresa reduzir em 30% o custo da obra, por que não repassar para a tarifa? Queremos que a gordura nos cálculos do governo possa ser transferida para o pedágio”, acrescentou.
A queda de braço levou a Frente Parlamentar do Pedágio ao TCU (Tribunal de Contas da União). No final de abril, o órgão rejeitou o pedido de suspensão do processo de concessão, mas recomendou mudanças nos contratos.
O principal argumento dos deputados é que o leilão só pode incluir rodovias estaduais se houver delegação oficial do estado e aprovação da Assembleia. Dos quase 3.400 quilômetros de estradas que constam no plano, 1.160 quilômetros, pouco mais de um terço, são de rodovias estaduais.
Romanelli aponta que, se não houver recuo, dificilmente o Legislativo vai autorizar a inclusão das rodovias estaduais no pacote, o que pode inviabilizar o projeto.
“Vamos melhorar tudo que é possível, o projeto já melhorou muito depois que ouvimos a sociedade. [O projeto] não é fechado, mas esse discurso é o mesmo de um mês atrás. Infelizmente, politizou-se o discurso e pouco se entende o que é o projeto de verdade”, contrapôs Bianco sobre o impasse.
(K.B.)