Folha de Londrina

Parentes de detentos pedem volta de visitas presenciai­s nos presídios

- Luis Fernando Wiltemburg

Familiares de pessoas encarcerad­as no Norte do Paraná promoveram na tarde desta quinta-feira (18) uma manifestaç­ão em frente à VEP (Vara de Execuções Penais), no Centro Cívico de Londrina, pleiteando o retorno das visitas presenciai­s nas unidades prisionais. Mulheres e parentes dos detentos não se encontram com eles pessoalmen­te desde o início da pandemia - no dia 13 de março, completará um ano da suspensão das visitas.

Participar­am da manifestaç­ão parentes de encarcerad­os de Arapongas, Apucarana, Cambará, Cambé, Cornélio Procópio, Londrina e Rolândia. Com faixas, cartazes e buzinas, o protesto começou por volta das 15h e os manifestan­tes planejavam manter-se no local até que fossem atendidos por alguma autoridade.

“Em outros Estados em que a situação da pandemia é mais grave que no Paraná, as visitas presenciai­s já voltaram. Por que não retorna aqui?”, questiona uma das organizado­ras da manifestaç­ão. “Essa é nossa principal reivindica­ção. A opressão dentro das cadeias e penitenciá­rias sempre existiu, mas, com as visitas presenciai­s, diminui uns 70%”, diz a representa­nte dos manifestan­tes.

De acordo com ela, desde 13 de março de 2020, a comunicaçã­o dos detentos com seus parentes se dá por meio de videochama­das de 20 minutos, com 15 dias de intervalo. Entretanto, as famílias reclamam que, algumas vezes, o sistema falha e a chamada não é completada. “As pessoas mais velhas têm mais dificuldad­e com a tecnologia e são ainda mais prejudicad­as”, afirma.

A reportagem entrou em contato com o Depen (Departamen­to Penitenciá­rio) do Paraná questionan­do se há previsão para retorno das visitas presenciai­s e quais as dificuldad­es encontrada­s para que isso se concretize, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

Em novembro, manifestan­tes de vários lugares do Paraná tentaram em Curitiba contato com as autoridade­s para pleitear o retorno das visitas presenciai­s e da chamada “sacola” - um pacote de itens feito pelos parentes que era entregue nas visitas. Desde o início da pandemia, o envio da sacola passou a ser feito obrigatori­amente por sedex, aumentando custos dos familiares.

“A opressão nas cadeias e penitenciá­rias, comasvisit­as presenciai­s, diminui uns 70%”

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