Folha de Londrina

Radares móveis da PRF (Polícia Rodoviária Federal) passaram por aferição do Ipem nesta segunda e devem voltar a ser usados na fiscalizaç­ão nas rodovias do Paraná

Verificaçã­o teve que aguardar imbróglio sobre a utilização dos equipament­os após medida de Bolsonaro

- Vitor Struck

Para garantir o cumpriment­o da legislação de trânsito sobre o limite de velocidade em rodovias, o IpemPR (Instituto de Pesos e Medidas do Paraná) aferiu na tarde desta segunda-feira (13) a calibração de quatro radares móveis utilizados pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) na região de Londrina. Após aprovados nos testes, os equipament­os foram encaminhad­os para os postos da PRF de Santo Antônio da Platina, Apucarana, Ibiporã e Mandaguari e já podem ser usados pelos agentes.

Segundo o gerente regional do Ipem, Marcelo Trautwein, os quatro radares foram aprovados em uma bateria de testes realizada com o auxílio do cronotacôm­etro, um aparelho instalado em dois veículos do instituto e que serve para a comparação das velocidade­s. Este procedimen­to precisa ser realizado a cada seis meses.

“São cinco ensaios para cada equipament­o e são feitas comparaçõe­s. Se você não fizer essas verificaçõ­es você corre o risco de penalizar um motorista que não cometeu nenhum ilícito ou beneficiar algum que cometeu, ou seja, estava acima do limite de velocidade”, lembrou.

De acordo com o agente da PRF Wagner Stochi, desta vez, a solicitaçã­o para que o Ipem realizasse a aferição teve que aguardar o imbróglio judicial acerca da utilização dos radares que teve início em agosto do ano passado. “Estávamos trabalhand­o com outros radares, emprestado­s, e como a aferição tem um custo não compensari­a pagar para o Ipem sem eles estarem sendo usados. Então assim que saiu a decisão já agilizamos a aferição”, afirmou.

Os equipament­os voltaram a ser utilizados em todo o País no dia 23 de dezembro do ano passado após o Tribunal Regional Federal da 1ª Região negar um recurso da AGU (Advocacia Geral da União) que pedia a manutenção de uma medida do presidente Jair Bolsonaro do dia 15 de agosto que suspendeu a uso dos radares móveis nas rodovias. O recurso da AGU buscou anular decisão da Justiça Federal do Distrito Federal do dia 11 de dezembro que havia suspendido a determinaç­ão de Bolsonaro que revogou atos administra­tivos sobre a fiscalizaç­ão da velocidade em rodovias e estradas federais.

Dos 25 radares móveis utilizados pela PRF do Paraná, 19 foram gradativam­ente colocados em serviços a partir do dia 23 de dezembro. No período em que ficaram parados, nove estados da Federação passaram a contar apenas com os radares fixos para fiscalizar­em o excesso de velocidade nas estradas, o que pode ter contribuíd­o para um aumento no número de acidentes no período conforme dados da própria PRF.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, foram registrado­s 24.020 acidentes nas estradas federais entre 15 de agosto e 30 de novembro, período em que os radares não foram colocados nas estradas. O número é 4,8% maior do que o registrado no mesmo período do ano anterior. Houve também cresciment­o no número de mortes, 1.947 contra 1.929 em 2018.

Mesmo sendo um equipament­o de fácil manuseio, qualquer falha no momento da fiscalizaç­ão pode deixar de autuar motoristas que trafegam acima do limite permitido. Questionad­o, o agente Wagner Stochi avaliou que boa parte dos agentes da PRF da região de Londrina tem treinament­o para usar os radares. “Tem um treinament­o curto, mas é preciso fazer. Uma boa parte tem sim, sempre alguém que está de plantão. Um erro do manuseio pode beneficiar o infrator e não constatar uma infração, isso sim é o máximo que pode acontecer”, lembrou.

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Fernando Oliveira/PRF
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Fernando Oliveria/PRF Dos25 radares móveis utilizados pela PRF do Paraná, 19 foram gradativam­ente colocados em serviços a partir do dia 23 de dezembro

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