ALTERNATIVA -
Práticos e econômicos, veículos elétricos levíssimos como patinetes elétricas têm atraído atenção dos consumidores; regulamentação é discutida pelo Denatran
Práticos e econômicos, os veículos elétricos leves como patinetes, bicicletas ou motonetas ganham espaço pelas ruas. Mesmo com alta tributação na importação, vendas crescem no Brasil. O médico Gonçalo Rocha comprou uma scooter apenas para ir trabalhar, mas aos poucos, deixou o carro em casa e o elétrico se tornou primeira opção.
Omédico Gonçalo Rocha tem um carro blindado, mas pelo fato de o veículo ser grande, considera difícil circular com ele pela cidade. Por isso, resolveu comprar uma patinete elétrica modelo scooter. No começo, ele pensou nela só para ir ao trabalho, mas o veículo elétrico acabou se tornando a sua primeira opção de transporte, deixando o carro em segundo plano - para dias de chuva, por exemplo.
A vantagem está na praticidade. Como o veículo ocupa pouco espaço, não é necessário ficar horas procurando por uma vaga. E o preço do estacionamento para motos é mais baixo. A economia com combustível também veio de carona: como o carro de Rocha só usa gasolina aditivada, o custo com o combustível ao mês chegava a R$ 600. A scooter elétrica é carregada na tomada e cada carga completa consome cerca de R$ 1 de energia elétrica.
À medida que o trânsito fica mais obstruído, que a renda das pessoas fica mais comprometida para gastos no dia a dia e que a consciência das pessoas em relação à emissão de poluentes na atmosfera cresce, ganha espaço o mercado de veículos elétricos levíssimos, como as bicicletas, patinetes e skates elétricos. A maior parte dos produtos à venda no mercado brasileiro é importado da China, e enfrenta uma alta tributação. Mesmo assim, as vendas das patinetes elétricas portáteis cresce.
A popularidade desses produtos cresceu tanto que eles já podem ser encontrados até mesmo em shopping centers. Em um deles, o consumidor pode ver patinetes elétricas tipo scooters expostas em um quiosque. O veículo parece pequeno demais para ser uma moto, mas com rodas largas demais para ser uma patinete. Dois dos modelos vendidos pela empresa Watts, de Londrina, são feitos para oferecer mobilidade e estabilidade ao mesmo tempo, explica o diretor comercial Rodrigo Gomes.
A empresa, fundada pela esposa, aposta tanto na proposta dos produtos que quer instalar uma das primeiras montadoras de produtos elétricos voltados à mobilidade do Brasil em Londrina. A companhia está em fase de pesquisa de viabilidade, mas se as condições forem favoráveis por aqui, a cidade terá preferência no empreendimento, diz Gomes. Com a ajuda de representantes, Gomes diz que a Watts quer chegar a todas as cidades do Brasil com mais de 300 mil habitantes. Atualmente, tem um showroom apenas em São Paulo. “Acredito que seja um caminho sem volta a mobilidade elétrica, produtos sustentáveis, modais diferentes”, comenta Gomes.
As patinetes elétricas da marca fazem até 50 Km com apenas uma bateria de 20 amperes. Os modelos do veículo, importado da China, foram modificados diretamente com o fornecedor para que a bateria seja removível e o motorista possa carregá-la sem precisar deixar a scooter perto da tomada. Com uma potência de 1.500 W, elas chegam a atingir 60 Km/h de velocidade no modelo W2, que vem com uma bateria sobressalente. Gomes também lançaria, em breve um outro modelo de patinete elétrica menor, de até 350 W de potência, 40 Km de autonomia e velocidade máxima de 30 Km/h. Os preços dos modelos variam de R$ 5.890 a R$ 13.990.
Os veículos portáteis, que dobram e pesam até 10 Kg, são os mais procurados porque permitem o transporte intermodal, comenta Ricardo Ducco, diretor de Marketing da DropBoards. Ao chegar no metrô, por exemplo, o usuário não precisa se preocupar com um local onde deixar o meio de transporte. Basta levá-lo consigo dentro dos vagões. “O mais conhecido é o da marca Segway, fabricante líder mundial. Uma patinete que você usa remando, com o pé, só que tem um motor na frente”, comenta Ducco. Um dos modelos da marca custa R$ 3.900.
“As pessoas usam muito dentro dos condomínios e no litoral. Não precisa ser maior de idade, não paga imposto, não precisa de carteira de motorista”, observa Paulo Henrique Ferreiro, gerente de uma loja revendedora. “Como é bem portátil, dá para pôr no carro ou levar no trabalho. Em dois anos que você compra você tem o dinheiro de volta, custa menos de R$ 2 para carregar e faz 40 Km com a bateria cheia.”
Segundo Ricardo Ducco, da DropBoards, as vendas cresceram 50% do ano passado para cá. A proporção de consumidores que buscavam esse tipo de produto para lazer era de 50%. Hoje, a procura de produtos é quase em sua totalidade voltada à mobilidade urbana.