Juros dos EUA chegam ao maior patamar em 11 anos
Nova York - O banco central americano decidiu, nesta quarta-feira (19), subir pela quarta vez neste ano os juros nos Estados Unidos, levando a taxa para a faixa entre 2,25% e 2,5% ao ano, o maior patamar em quase 11 anos. No entanto, reduziu de três para duas a estimativa de elevações em 2019.
A decisão do Fed (Federal Reserve) já era consenso entre os analistas, mas deve provocar a irritação do presidente americano, Donald Trump. Ele avalia que, com as altas, o Fed pode prejudicar os esforços de recuperação da economia americana.
Os números sem significado, porém, embasam a decisão do Fed de manter o ritmo de alta nos juros, para evitar pressões inflacionárias futuras.
Os Estados Unidos estão criando vagas de emprego há 98 meses consecutivos. Desses, somente em 12 a geração de postos ficou abaixo de 100 mil - e nenhum deles em 2018. O desemprego no país está em 3,7%, menor nível em 49 anos.
O mandato duplo do Fed é máximo emprego e estabilidade de preços. A inflação é o grande ponto de interrogação. Esse período todo de expansão, até o momento, não gerou pressões inflacionárias, que poderiam vir do pagamento de salários, por exemplo.
No país, o núcleo do indicador de inflação acompanhado pelo Fed está em torno de 2% ao ano, que é a meta estabelecida pelo banco central americano.
O FMI (Fundo Monetário Internacional) projeta um crescimento do PIB de 2,9% neste ano, mas uma expansão de 2,5% em 2019. Por causa disso, Trump, rompendo uma tradição de presidentes de não se intrometer na política monetária do Fed, tem destilado críticas contra a atuação do banco central americano sempre que pode. O republicano afirma que as altas de juros vão “ferir” a economia do país.
A decisão do Fed já teve efeito sobre a bolsa brasileira, que fechou em queda nesta quarta-feira (leia mais na página 2).