Mulher é alvo de abusos on-line a cada 30 segundos
São Paulo - A cada 30 segundos, uma mulher é alvo de violência ou de abuso on-line no Twitter, apontou a Anistia Internacional em estudo divulgado nesta quarta-feira (19).
O estudo foi resultado de uma colaboração entre a entidade de direitos humanos e a companhia de software de inteligência artificial Element AI como parte do projeto Troll Patrol. Juntos, eles analisaram milhares de tuítes recebidos por 778 jornalistas e políticas nos EUA e no Reino Unido, representando várias opiniões políticas e ideológicas, no ano de 2017.
Uma das conclusões foi que 1,1 milhão de tuítes mencionando uma das 778 mulheres continua conteúdo considerado “problemático” ou “abusivo”, uma proporção de 7,1% dos tuítes enviados.
De modo geral, mulheres mestiças (negras, latinas, asiáticas e outras) tinham 34% mais chance de serem mencionados em tais tuítes do que mulheres brancas.
Mulheres negras foram atacadas de maneira desproporcional, tendo 84% mais chance de serem alvo de ataques do que mulheres brancas.
O estudo considerou mensagens “problemáticas” como aquelas com conteúdo hostil ou nocivo e que podem reforçar estereótipos negativos ou prejudiciais contra determinado grupo de pessoas. Um exemplo citado é a mensagem “Seja uma boa menina, vá lavar a louça”.
Já as mensagens “abusivas” violam as próprias regras de conduta do Twitter e incluem conteúdo que promove violência ou ameaças contra pessoas com base em sua raça, etnia, origem, orientação sexual, gênero, religião, idade e outros. Entre os exemplos estão desejos de morte ou de violência física, referências a eventos violentos, comportamentos que inspiram medo e outros.