Folha de Londrina

Câmara derruba plebiscito da Sercomtel, mas não dá autonomia sobre ações

Controle acionário deve ser resolvido com urgência, diz líder do Executivo; projeto volta à pauta, em segunda discussão, na terça-feira

- Guilherme Marconi Reportagem Local

Odebate sobre o futuro da Sercomtel está longe de chegar ao fim. Após horas de discussões, foi aprovado em primeiro turno na noite da última quinta-feira (3), o PL (projeto de lei) 182/2018 que tinha objetivo de revogar duas leis municipais que submetiam a alienação, a permuta ou a transferên­cia de ações da Sercomtel à consulta pública via plebiscito e à autorizaçã­o legislativ­a.

Os vereadores aprovaram a revogação da lei 7.347 de 1998 que tratava da necessidad­e de um plebiscito para definir sobre a privatizaç­ão ou mudança de controle acionário da telefônica. Entretanto, a Câmara foi contrária a revogação da Lei 10.709 que queria derrubar a necessidad­e de autorizaçã­o Legislativ­a para futuras mudanças no controle da Sercomtel, única telefônica estatal remanescen­te do País. “Uma emenda apresentad­a pela Comissão de Justiça já deixou claro que a revogação seria exclusivam­ente da necessidad­e do plebiscito”, informou à FOLHA o líder do prefeito na Câmara, Jairo Tamura (PP).

O vereador lembrou ainda que a própria Lei Orgânica do Município já pontua que qualquer fusão alienação ou mudança no controle da estatal necessita da anuência do Legislativ­o. Agora o projeto será retomado a pauta, em segunda discussão, na terça-feira (18). Porém, a matéria não crava o futuro da Sercomtel, apenas tira algumas amarras caso o Executivo defina pela privatizaç­ão. “O controle acionário é um assunto interno que deve ser resolvido com urgência para que a Sercomtel não entre no processo de caducidade na Anatel (Agência Nacional de Telecomuni­cações). Este debate é algo que deve ser discutido depois aqui na Câmara”, disse Tamura.

Segundo Marcos Urbaneja, chefe de Gabinete do prefeito Marcelo Belinati (PP), a retirada da necessidad­e do plebiscito serve para dar agilidade aos processos. “Não quer dizer que não confiamos na decisão da população, mas não teríamos tempo hábil de explicar esse tema para população porque temos pressa em solucionar o processo com a Anatel.”

Urbaneja disse que a Câmara fez uma sinalizaçã­o para enfrentame­nto do processo de caducidade, mas que ainda há mais ajustes antes da privatizaç­ão. “A ideia do prefeito sempre foi viabilizar a Sercomtel como instrument­o catalisado­r de tecnologia e na manutenção dos empregos. Mas se o entendimen­to foi para abertura do capital acionário, vamos ter que definir juntamente com a Copel, sócia da Sercomtel.”

Os únicos vereadores contrários à tramitação da matéria foram Tio Douglas (PTB) e Vilson Bittencour­t (PSB).

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Devanir Parra/CML Após horas de discussão, os vereadores aprovaram a revogação da necessidad­e de plebiscito para venda de ações ou mudanças acionárias na Sercomtel

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