Varejo cai 0,4%, mas segue em recuperação
Agência Estado
Rio - O comércio perdeu ritmo em outubro, ao registrar queda de 0,4%, mas continua em recuperação, diz Isabella Nunes, gerente da PMC (Pesquisa Mensal do Comércio), divulgada nesta quinta-feira (13) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com o mercado de trabalho ainda precário, o consumidor está limitando suas compras aos artigos de primeira necessidade, como alimentos e remédios. A exceção é a venda de veículos, impulsionada pela redução dos juros.
Na comparação com igual mês de 2017, houve avanço de 1,9% no comércio. No ano, o setor acumula alta de 2,2% e em 12 meses, de 2,7%.
Após passar por um longo período de crise a partir de meados de 2014, o varejo, ao longo deste ano, demonstra retomar o fôlego. O retrato é semelhante ao de novembro de 2015, de recuperação ainda que lenta, avalia a pesquisadora. De um lado, as atividades ligadas a combustíveis, tecidos e vestuários e, móveis e eletrodomésticos puxaram o resultado de outubro para baixo. Já os segmentos relacionados ao consumo básico, como hipermercados e farmácias, continuam crescendo. O quadro está em linha com o mercado de trabalho e com as restrições de renda, que não permitem o endividamento de longo prazo.
O economista da CNC (Confederação Nacional do Comércio) Fábio Bentes acredita que a retração do comércio em outubro foi pontual e destaca que a expectativa para 2018 é compensar ao menos metade da perda acumulada de 2014 a 2016, de 20% no varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção.
“Quando olhamos no curtíssimo prazo, a avaliação é negativa. O fato é que foi um mês negativo, mas não preocupa muito. Porque o varejo teve em agosto uma venda muito alta. Naquele mês teve liberação do PIS/Pasep para o consumo. Então, o dado de curtíssimo prazo interpreto mais como um ajuste pontual do que como reversão das vendas”, afirmou. Para o quarto trimestre, a perspectiva da CNC para o varejo ampliado é de crescimento de 5% e, de janeiro a dezembro, de 4,8%.
A projeção do varejo ampliado para 2019 é de crescimento de 3%.