Polícia cumpre mandados de prisão ligados ao caso Marielle Franco
A operação desta quinta visava cumprir mandados oriundos de outros inquéritos policiais paralelos, o do caso da vereadora ainda não foi concluído
São Paulo - A Polícia Civil do Rio de Janeiro cumpriu nesta quinta-feira (13) mandados de prisão e de busca e apreensão ligados às mortes da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, há nove meses sem solução. Segundo a TV Globo, a operação foi feita para prender milicianos, alguns deles suspeitos de envolvimento com o caso.
Agentes da Delegacia de Homicídios da capital foram a 15 endereços espalhados pelos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais: na zona oeste da cidade do Rio, em Nova Iguaçu (Baixada Fluminense), Angra dos Reis (sul do estado), Petrópolis (região serrana) e Juiz de Fora (MG).
A delegacia divulgou nota dizendo que “vem realizando várias operações policiais voltadas a possibilitar a checagem e a qualificação de inúmeras informações de inteligência que são coletadas ou transmitidas anonimamente para a unidade” sobre os assassinatos de Marielle e Anderson.
A operação desta quinta, informa, visava cumprir mandados oriundos de outros inquéritos policiais paralelos -o do caso Marielle ainda não foi concluído-, “consistindo esta medida uma ferramenta voltada à inviolabilidade/sigilo das informações coletadas no bojo do in- quérito policial principal”.
A delegacia também reforçou a imprescindibilidade da manutenção do absoluto sigilo das apurações, “sendo esta a maior garantia para o alcance dos autores e mandantes dos crimes investigados”.
Marielle e Anderson foram mortos a tiros no dia 14 de março, quando retornavam de uma reunião política na Casa das Pretas, na Lapa, bairro no centro do Rio. Desde então, autoridades declararam que o caso estava perto do fim ao menos cinco vezes, mas poucas informações concretas foram divulgadas e a investigação vem sendo questionada. O que as provas indicam até agora é que foi um crime calculado e sofisticado.
ATENTADO A MARCELO FREIXO
A polícia interceptou nesta quarta-feira (12) um plano de milicianos que pretendiam matar o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro neste ano, durante um evento em Campo Grande, bairro da zona oeste da capital fluminense.
O atentado ocorreria na manhã deste sábado (15), quando o parlamentar se reuniria com professores da rede particular e militantes no sindicato da categoria (Sinpro) para apresentar o partido e debater sobre a conjuntura política do país e do estado, atividade que foi divulgada em suas redes sociais.
As informações vieram por meio do Disque Denúncia, serviço de denúncias anônimas do estado. O caso foi revelado pelo jornal O Globo, segundo o qual os suspeitos estariam ligados também ao controle de operações ilegais da máfia de caça-níqueis e do jogo do bicho.
De acordo com a equipe do político, por enquanto não há qualquer indício de relação do episódio com os assassinatos de Marielle Franco (PSOL), que já foi assessora e era amiga de Freixo, e seu motorista Anderson Gomes. A região das ameaças, porém, é reduto de milícias, que segundo o secretário de Segurança do Rio, general Richard Nunes, “com toda certeza” estão envolvidas na morte da vereadora.
Freixo presidiu a CPI das Milícias na Alerj (Assembleia Legislativa do estado) há dez anos e, desde então, passou a receber diversas ameaças de morte e a contar com proteção policial. No relatório final da comissão, ele pediu o indiciamento de mais de 200 políticos, policiais, agentes penitenciários, bombeiros e civis e listou medidas a serem tomadas para enfrentar esses grupos.