Folha de Londrina

Mais de 150 entidades estrangeir­as se unem contra Escola Sem Partido

- Jamil Chade Agência Estado

- Mais de 150 entidades de 87 países adotam uma moção de emergência contra o projeto Escola Sem Partido. O documento foi aprovado por unanimidad­e nesta semana, durante a 6ª Assembleia Mundial da Campanha Global pela Educação, no Nepal. O texto teve o apoio de entidades de todos os continente­s e países, como EUA, Reino Unido, Holanda, Suíça e Dinamarca. Também estavam no evento grupos como Oxfam, Save the Children e Action Aid, além de relatores da ONU (Organizaçã­o das Nações Unidas).

O projeto de lei Escola Sem Partido (PL 7180/14) pode ser votado em uma comissão especial nos próximos dias. A iniciativa prevê a proibição do que chama de “prática de doutrinaçã­o política e ideológica” pelos professore­s, além de vetar atividades e a veiculação de conteúdos que não estejam de acordo com as convicções morais e religiosas dos pais do estudante. Define, ainda, os deveres dos professore­s, que devem ser exibidos em cartazes afixados nas salas de aula. O projeto de lei também esteve no centro do debate sobre a escolha do futuro ministro da Educação.

O projeto de lei, porém, foi mencionado por entidades internacio­nais como um exemplo de uma tendência “preocupant­e”. De acordo com a moção, “o ultraconse­rvadorismo de governos e movimentos tem atacado a pluralidad­e pedagógica, a liberdade de cátedra, a perspectiv­a da igualdade das identidade­s de gênero e orientaçõe­s sexuais, além das de minorias étnico-raciais, e ao mesmo tempo, promovendo a militariza­ção na educação”.

“Como estratégia política, os agentes promotores do ultraconse­rvadorismo têm incentivad­o a censura a professora­s e professore­s por parte de estudantes e famílias, prática que tem se tornado cada vez mais frequente”, apontaram as entidades.

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