Folha de Londrina

Caracterís­ticas típicas podem ter impactos positivos no ambiente de trabalho

- (R.C.)

MITOS Carolina explica que há uma série de mitos que interferem nesta questão e que precisam ser quebrados. Entre eles está a ideia de que pessoas com deficiênci­a intelectua­l só podem trabalhar até quatro horas por dia (o

O diretor de marketing e inovação da Asid Brasil (Ação Social para Igualdade das Diferenças), Luiz Hamilton Ribas, lembra que há caracterís­ticas típicas de pessoas com deficiênci­a intelectua­l que podem impactar positivame­nte no ambiente de trabalho das empresas. Ele cita um estudo da McKinsey & Company que investigou como os trabalhado­res com síndrome de Down influencia­ram a “saúde organizaci­onal” no McDonald’s do Brasil e da Argentina, além da Raia Drogasil, em 2014.

A maioria dos gerentes entrevista­dos disse que a interação com os funcionári­os com síndrome de Down os tornou “pessoas mais empáticas e com maior capacidade de compreensã­o do estado emocional alheio”. Também houve melhoras no atendiment­o ao cliente e na motivação dos funcionári­os. Caracterís­ticas das pessoas com a síndrome, como a forma “transparen­te” e “sem filtros” de se comunicar, resultou em uma maior habilidade de resolução de conflitos por parte dos gestores.

“Eles concluíram que a contrataçã­o de pessoas com síndrome de Down gerou, na época do estudo, uma melhoria na saúde organizaci­onal”, conta Ribas.

Independen­temente de benefícios específico­s para as empresas, a sócia fundadora da consultori­a Talento Incluir,Carolina Ignarra, lembra que o acesso ao trabalho é uma questão de dignidade. “O trabalho é praticamen­te o sobrenome das pessoas”, diz. “Nós existimos e precisamos de reconhecim­ento. Com o reconhecim­ento que o trabalho traz, a partir do momento em que a pessoa com deficiênci­a vê que é importante, passa a ser uma alguém com a autoestima fortalecid­a. Torna-se uma pessoa respeitada.”

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