Folha de Londrina

A CIDADE FUTURA

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A lavagem cerebral apagou sua história e o conduziu por um mundo de sombras e horrores

Com experiênci­a na defesa dos direitos das mulheres, o Numape (Núcleo Maria da Penha), da UEL (Universida­de Estadual de Londrina), está pronto para receber as vítimas dos crimes previstos na Lei 13.718/18. Entre os atendiment­os já prestados estão o auxílio às vítimas de violência doméstica e os processo consequent­es da separação, como por exemplo a guarda dos filhos, pagamento de pensão e divisão de bens.

A partir de agora as mulheres que sofrerem com o vazamento de imagens íntimas e forem bolinadas têm onde pedir ajuda de forma gratuita. À frente do projeto de extensão, a professora de direito da família Claudete Canezin alerta que tão importante quanto a criação da lei é a mudança de comportame­nto das mulheres agredidas. “Esta é uma lei importantí­ssima, mas de forma geral as mulheres têm medo de denunciar seus agressores. A Lei Maria da Penha foi um grande avanço, mas ainda há muito o que se conquistar”, avalia Canezin, que em sua maioria atende à população carente. “O ponto fundamenta­l é que a partir de agora há uma pena definida para atos que antes nem eram reconhecid­os como crime”.

Um ponto importante da nova lei é que o crime de importunaç­ão sexual protege a liberdade de escolha, ou seja, o direito de a pessoa decidir quando, como e com quem deseja praticar atos sexuais. E qualquer um pode ser vítima. “Um grupo que também sai bastante protegido é o LGBT. Vale ressaltar que é um crime de infração penal de médio potencial ofensivo, o que impede a arbitragem de fiança na polícia”, explica Canezin. Para ela, a categoriza­ção das agressões sexuais como crimes vai ao encontro do clamor da população. “Há uma força no movimento das mulheres. Essa é uma lei que se pode dizer que nasceu a partir do grito do povo, dos protestos e das campanhas que tomaram conta das redes sociais”, opina a professora, que coordena os trabalhos desde 2013.

Com o escritório instalado na rua Brasil, 742, no centro, o Numape oferece atendiment­o psicológic­o, além de toda a orientação jurídica. A assistênci­a ao público é oferecida de segunda à quinta-feira, das 8h30 às 11h30 e das 13h30 às 16h30.(P.M.)

Essa é uma lei que se pode dizer que nasceu a partir do grito do povo"

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