Folha de Londrina

CATÁSTROFE

Número de mortos no terremoto e tsunami na Indonésia subiu para 832 neste domingo, após mais corpos serem encontrado­s entre os escombros

- France Presse

Palu (Indonésia) - O número de mortos no terremoto e tsunami que atingiram na sexta-feira (28) a ilha indonésia de Célebes subiu para 832 no domingo (30), depois que os serviços de emergência encontrara­m mais corpos entre os escombros na cidade devastada de Palu.

“Ao meio-dia (hora local) de hoje temos 832 mortos”, anunciou o porta-voz da Agência de Gestão de Desastres, Sutopo Purwo Nugroho. “O número de mortos vai continuar aumentando”, alertou o porta-voz. Os enterros estavam programado­s para começar neste domingo, para evitar a propagação de doenças, indicou Purwo Nugroho.

“É muito duro”, afirmou à AFP Risa Kusuma, de 35 anos, que estava com o filho febril em um centro para desabrigad­os de Palu. “A ambulância traz mais corpos a cada minuto. Não temos água e as lojas são saqueadas”, disse. A maior parte das vítimas foi registrada em Palu, cidade de 350.000 habitantes na costa oeste da ilha Célebes, segundo a Agência de Gestão de Desastres. Mas as autoridade­s e diversas ONGs também estão preocupada­s com a situação na região de Donggala, mais ao norte. O diretor do programa de Save The Children, Tom Howells, destacou que o acesso às zonas afetadas é um grande problema que dificulta os resgates.

“As organizaçõ­es de ajuda e as autoridade­s locais se esforçam para alcançar várias comunidade­s ao redor de Donggala, onde tememos grandes danos materiais e a possível perda de vidas humanas em grande escala”, declarou Howells.

Os hospitais não conseguem receber todas as vítimas e muitos feridos recebem atendiment­o ao ar livre. Alguns estabeleci­mentos sofreram muitos danos com o terremoto. Aviões com material e alimentos começaram a chegar à cidade.

“Tenho apenas um filho e está desapareci­do”, disse Baharuddin, morador de Palu, de 52 anos. “Falei pela última vez com ele antes de sua saída para a escola”.

As autoridade­s anuncia- ram que 71 estrangeir­os estavam em Palu no momento do terremoto, a maioria deles já localizado­s.

SOBREVIVEN­TES

As equipes de emergência procuravam sobreviven­tes entre os escombros de um hotel, que tinha capacidade para 150 hóspedes, e de um centro comercial que desabou com o tremor. “Conseguimo­s retirar uma mulher viva dos escombros do hotel Roa-Roa na noite passada”, afirmou Muhamad Syaugi, o comandante do serviço de emergência. “E ouvimos pessoas pedindo ajuda”. O presidente indonésio, Joko Widodo, desembarco­u em Palu no domingo. “Peço que se preparem para trabalhar dia e noite e iniciar o processo de evacuação”, afirmou às tropas mobilizada­s para ajudar nas buscas. O terremoto de 7,5 graus de magnitude sacudiu a ilha Célebes na sexta-feira e provocou uma onda gigante na área de Palu, que arrastou carros, árvores e postes de energia elétrica, além de ter destruído vários imóveis. Muitos moradores da cidade dormiram em campos de futebol ou abrigos improvisad­os, construído­s com bambu, por temor de tremores secundário­s. Após a catástrofe, as pessoas procuram sobretudo comida e um local de refúgio. Em 2006, quase 6.000 pessoas morreram em um violento sismo que atingiu a ilha de Java.

 ?? Day Ismoyo/ AFP ?? Só em Palu, na ilha de Célebes, número de mortos subiu para 832 no último balanço de domingo; autoridade­s acreditam que há mais vítimas sob os escombros
Day Ismoyo/ AFP Só em Palu, na ilha de Célebes, número de mortos subiu para 832 no último balanço de domingo; autoridade­s acreditam que há mais vítimas sob os escombros

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