“Essa geração é ‘memeal’”
No Twitter, André Gumiero, criador do Londrinense Falando, consegue ser mais crítico. Ele acredita que a rede social possui linguagem diferente e as pessoas entendem melhor suas piadas. “O Twitter me ajudou muito a criar, é mais dinâmico, os pensamentos são mais aflorados. Lá é o termômetro, se deu repercussão, eu posto no Facebook”, explica.
No Facebook, acredita que pelo público ser mais amplo, nem todos entendem as brincadeiras. “Eu debocho de tudo, algumas pessoas sentiram-se incomodadas e as críticas são muito agressivas”, afirma. O administrador afirma que os seguidores são jovens, entre 23 e 30 anos, mas que nem todos são da cidade.
Apesar de alguns comentários, ele afirma nunca ter postado algo de grande repercussão negativa. “Nunca fiz isso (práticas de racismo, machismo ou homofobia). Procuro ser coerente, ético, respeitar. Eu acho que até hoje eu nunca desrespeitei”, aponta.
A questão é tentar fazer algo engraçado sem ofender. “Mas sempre tem, tudo que é popular tem alguém criticando”, defende. Ele lembra que certa vez preferiu deletar uma postagem após uma organização explicar algumas questões que foram compreendidas por ele.
Para produzir seus memes, Gumiero utiliza alguns programas de edição de imagens e vídeos. Ele une imagens populares, como expressões da Gretchen, e inclui legendas com conteúdos sobre a cidade, em outros são apenas textos, a maioria reclamando de alguma coisa. “É preciso ter tato, saber a linguagem do Twitter e habilidade com programas. Todo mundo pode aprender”, afirma.
A linguagem que ele diz é rápida, mas isso já faz parte da forma de pensar dessa geração. “Essa geração é ‘memeal’, não sei se isso é passageiro, eu acho que não”, defende. Para criar o conteúdo, é preciso conhecer a cidade e estar atento ao que acontece, porque é preciso ter novidade da região. “Não é fácil fazer memes de londrinense, é muito específico”, finaliza.