Folha de Londrina

Vinte e seis pessoas morreram atropelada­s em 2017

- Pedro Marconi Reportagem Local

Durante 2017 foram registrado­s 324 atropelame­ntos nas vias de Londrina, incluindo as rodovias que passam pelo perímetro urbano, de acordo com o Placar do Trânsito, divulgado recentemen­te pela CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanizaçã­o). O número é 5,8% maior do que o registrado em 2016, quando acontecera­m 306 ocorrência­s. As mortes por atropelame­nto também aumentaram entre um ano e outro, passando de 21 para 26, num acréscimo de 24%.

Para o diretor de Trânsito da companhia, Hermerson Pacheco, o percentual é considerad­o preocupant­e. “Pela quantidade de habitantes que temos em Londrina e de veículos estamos em uma média que entendemos que começa a sair do normal. Sempre existe uma luz amarela em relação a isso”, afirmou. Segundo ele, as estatístic­as mostram que na maioria das vezes o acidente poderia ter sido evitado. “A pessoa, muitas vezes, não atravessa na faixa, avalia de maneira errada a distância de um ponto a outro e velocidade do veículo. Não procura atravessar pela passarela na rodovia. Falta atenção”, apontou.

Do total de óbitos por atropelame­nto em Londrina no ano passado, 53,8% são referentes a pessoas acima de 60 anos - 14 no total. “Somada à possibilid­ade do pedestre ter deixado de cumprir a travessia de forma correta estão as limitações físicas desta faixa etária, como problemas de audição e visão. Nos casos gerais, até o emocional é fator de risco para distração”, elencou. De todas as mortes de idosos no trânsito na cidade, os atropelame­ntos são responsáve­is por 63%.

A grande maioria dos mortos em acidentes com atropelame­nto é do sexo masculino (73%). O período do dia com maior incidência é o noturno (76%) e a região com mais casos é a sul (27%), seguida da norte (23%). Dos 26 registros, nove acontecera­m em rodovias e o restante em vias comuns, como ruas e avenidas.

De acordo com Pacheco, os índices apresentad­os estão diretament­e ligados ao perfil comportame­ntal do motorista e do pedestre. “A prova disso é que não há concentraç­ão de acidentes, pois são em toda a cidade. Não é algo que passa apenas pela sinalizaçã­o, mas pelo modelo que a pessoa quer quando está na rua, que precisa ser repensado”, acredita. “É o pedestre cumprir um conjunto de responsabi­lidades e o motorista fazer o que determina a lei, que é cuidar da parte mais fraca no trânsito, que é o pedestre e o ciclista.”

Em 2017, a CMTU executou 78 mil metros quadrados de pintura de sinalizaçã­o viária, em especial nos locais de maior movimentaç­ão. O diretor de Trânsito da companhia reconhece que a quantia ainda é deficitári­a, mas promete melhorias. Ele informou que um novo caminhão está sendo adquirindo. Atualmente apenas um faz este tipo de trabalho, com 15 funcionári­os divididos em três períodos. “Existe uma linha de conduta para o serviço. Fazemos o levantamen­to dos pontos críticos e em seguida avaliamos as principais vias coletoras e arteriais, reforçando a sinalizaçã­o na medida de nossas condições. Este novo veículo ajudará a melhorar a situação dos bairros”, projetou.

Desde setembro do ano passado está vigorando em Londrina a campanha “Olhe e sinalize”, que substitui a “Pé na faixa”, e tem o intuito de conscienti­zação. Pacheco afirmou que durante 2018 o setor de educação do órgão vai intensific­ar os trabalhos. “É um trabalho de médio a longo prazo, pois a mudança de comportame­nto não acontece do dia para a noite.”

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