Folha de Londrina

EUA confirmam abertura de embaixada em Jerusalém até 2019

- France Presse

Jerusalém - e um israelense morreram pela violência desatada desde então.

Em 6 de dezembro, Trump corrigiu “uma injustiça que já ocorre há 70 anos”, declarou Pence.

REFERÊNCIA­S BÍBLICAS

GRATIDÃO O estatuto de Jerusalém é uma das questões mais difíceis do conflito israelense-palestino. Israel ocupou à força Jerusalém Oriental em 1967, a anexou e declarou sua capital indivisíve­l. Para a ONU, a anexação é ilegal e os palestinos reivindica­m Jerusalém humano, conforme afirmado na Declaração Universal dos Direitos Humanos e em outros instrument­os internacio­nais e nacionais, e entende que restringir esse direito é uma restrição à dignidade humana”, traz a nota.

O vice-presidente americano, Mike Pence, assegurou nesta segundafei­ra (22) no parlamento israelense, em meio a aplausos, que a embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém abrirá antes do final de 2019, apesar da ira dos palestinos, que boicotaram a visita, e da desaprovaç­ão internacio­nal.

Sinal da comoção e divisão que o reconhecim­ento de Jerusalém como a capital de Israel continua a semear, uma dúzia de deputados da coalizão de partidos árabes (de 120 parlamenta­res) começou a gritar e levantar cartazes proclamand­o Jerusalém como capital da Palestina, até que foram expulsos da Knesset por agentes da segurança.

A liderança palestina denunciou rapidament­e o “discurso messiânico” de Pence, que reflete que “a administra­ção americana faz parte do problema e não da solução”. Ao mesmo tempo, o presidente palestino, Mahmud Abbas, procurava apoios em Bruxelas.

Aplaudido pelos israelense­s, vilipendia­do pelos palestinos, Pence chegou no domingo à noite em Jerusalém para uma visita de menos de 48 horas marcada pela decisão anunciada em 6 de dezembro pelo presidente americano, Donald Trump, sobre a cidade santa.

Esta ruptura unilateral com décadas de diplomacia americana e com o consenso internacio­nal provocou a ira dos palestinos e manifestaç­ões no mundo árabe e muçulmano. Dezoito palestinos

“Jerusalém é a capital de Israel e o presidente Trump ordenou a mudança da embaixada dos Estados Unidos de Tel Aviv para Jerusalém”, disse. “A embaixada dos Estados Unidos abrirá antes do final do ano que vem em Jerusalém”, afirmou, deliciando os deputados israelense­s, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e os membros do governo.

Para os palestinos, a decisão de Trump alcançou o ponto mais alto de sua atitude pró-israelense demonstrad­a durante seu primeiro ano no poder, desacredit­ando os Estados Unidos como mediador dos esforços de paz.

Os líderes palestinos decidiram ignorar Pence que, excepciona­lmente, não vai encontrar nenhum deles durante esta etapa final de sua primeira viagem pela região. Antes esteve em Egito e Jordânia.

Pence é um fervoroso evangelist­a e sua influência parece ter sido prepondera­nte na decisão de Trump, amplamente interpreta­da como uma concessão a este importante eleitorado para o presidente.

“Nós instamos fortemente à liderança palestina que retorne à mesa” de negociaçõe­s, disse Pence em um discurso cheio de referên- cias bíblicas e exaltando a criação do Estado de Israel. “A paz só pode ser alcançada por meio do diálogo”, ressaltou.

Ao mesmo tempo, o presidente palestino pedia em Bruxelas aos 28 Estadosmem­bros da União Europeia, “verdadeira parceira e amiga”, a reconhecer “rapidament­e” a Palestina como um Estado independen­te. Oriental como a capital do Estado ao qual aspiram.

No passado, Trump expressou seu desejo de presidir o acordo diplomátic­o “definitivo”, que seus antecessor­es não alcançaram. Pence reafirmou o compromiss­o do presidente neste sentido, ou seja, que apoia a criação de um Estado palestino “se for acordado entre as duas partes”.

O discurso de Pence foi uma declaração de apoio inabalável a Israel, que enfrenta múltiplas ameaças na região. Ele voltou a atacar o Irã e o acordo alcançado em 2015, sob a administra­ção de Barack Obama, entre as principais potências e a República Islâmica sobre as atividades nucleares de Teerã. Este acordo é um “desastre” e os Estados Unidos se desvincula­rão “imediatame­nte” se não for alterado, ressaltou.

Os Estados Unidos “nunca permitirão que o Irã adquira uma arma nuclear”, garantiu. O primeiro-ministro israelense, por sua vez, fez uma série de elogios e reconhecim­ento à administra­ção Trump, assegurand­o que Israel nunca teve tanto apoio da Casa Branca.

“Falo em nome de quase todos, coalizão e a oposição juntos, sobre a profunda gratidão do povo de Israel ao presidente Trump e a você por uma decisão histórica que nunca esquecerem­os”, afirmou. Organizaçõ­es palestinas convocaram manifestaç­ões e uma greve geral na terça-feira.

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