Folha de Londrina

Carismátic­o, Jinping dá cara global à China

No poder desde 2012, dirigente busca fortalecim­ento com aposta em combinação entre cresciment­o econômico e combate à corrupção

- Mundo@folhadelon­drina.com.br Raul Juste Loures Folhapress

São Paulo -

Chamado de “homem mais poderoso do mundo” pela revista britânica “The Economist”, o dirigente chinês, Xi Jinping, 64, já tinha dito a que veio em uma viagem ao México, em 2009, quando era vice-presidente. “Há alguns estrangeir­os entediados, mas com o estômago cheio, que adoram apontar o dedo acusador para a China”, disse. “A China não exporta a sua revolução, nem exporta fome e miséria, e nem causa dores de cabeça. Evitar que 1,3 bilhão de chineses passassem fome foi nossa grande contribuiç­ão para a humanidade.”

No poder desde 2012, ainda sob o impacto do desafio a ditaduras longevas da Primavera Árabe, Jinping continuou a ser mais assertivo que seus dois antecessor­es, os engenheiro­s e tecnocrata­s Hu Jintao e Jiang Zemin. Ao contrário do revolucion­ário e carismátic­o Mao Tsé-tung, que mergulhou o país em uma sucessão de crises e fome, Jinping quis provar que um político puro-sangue sabe governar e promover cresciment­o econômico.

Em editorial em inglês, para anunciar a realização do 19º Congresso do Partido Comunista, iniciado na quarta (18), a agência estatal de nocontrast­ar tícias Xinhua escreveu que “a democracia iluminista chinesa ofusca o Ocidente”. Jinping discursou por três horas e meia na abertura do evento de cúpula da ditadura.

Em cinco anos do governo dele, foram escanteada­s as modestas iniciativa­s para se permitir mais autonomia à sociedade civil. Uma nova lei para organizaçõ­es não governamen­tais impediu doações estrangeir­as; aumentou censura à internet e à mídia, e vários advogados que defendiam os direitos humanos foram para a prisão.

Uma campanha contra a corrupção generaliza­da no país é vista como um sucesso. Cerca de 10 mil políticos e funcionári­os públicos foram presos por ano - alguns tinham roubado até helicópter­os oficiais. Esses expurgos no país, porém, já serviram diversas vezes para um líder se livrar de seus adversário­s.

Xi Jinping faz sucesso por

com o colega americano, Donald Trump. No encontro empresaria­l de Davos, na Suíça, em janeiro deste ano, o dirigente defendeu a globalizaç­ão, o livre comércio e o acordo de Paris para reduzir os efeitos da mudança

climática – todos tabus na cartilha de Trump. Segundo o jornal “Washington Post”, Trump teria dito a assessores que Jinping era “provavelme­nte o líder chinês mais poderoso da história”. O que é bastante certo.

 ?? Greg Baker/AFP ?? Posições de Xi Jinping contrastam com a do colega americano Donald Trump: chinês defende globalizaç­ão, livre comércio e acordo para redução dos efeitos da mudança climática
Greg Baker/AFP Posições de Xi Jinping contrastam com a do colega americano Donald Trump: chinês defende globalizaç­ão, livre comércio e acordo para redução dos efeitos da mudança climática
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