Folha de Londrina

Cidades Inteligent­es e Humanas

Desenvolve­r meios para integrar a tecnologia ao dia a dia das cidades visando ao bem-estar da população é a proposta de debate que acontece nesta sexta-feira, organizado pelo Fórum Desenvolve Londrina

- Vítor Ogawa Viviani Costa Reportagem Local

Em um mundo cada vez mais conectado e com o volume de informação crescente é natural que as cidades elaborem projetos para integrar a tecnologia ao dia a dia da população. Foi pensando nisso que será realizado nesta sexta-feira (22) o “1º Fórum em Debate”, seminário com o tema: “Cidades Inteligent­es e Humanas”. O evento é organizado pelo Fórum Desenvolve Londrina, entidade formada por representa­ntes de 36 instituiçõ­es londrinens­es e deve reunir empresário­s, representa­ntes de entidades e instituiçõ­es de Londrina.

O 1º Fórum em Debate terá como palestrant­es três especialis­tas no assunto: Abimael Cereda Junior, André Gomyde e Vitor Lippi. Cereda Junior é docente, líder de Ciência & Pesquisa da Imagem, pesquisado­r e colaborado­r da Unicamp. Tem especializ­ação em Geoprocess­amento, mestrado e doutorado em Engenharia Urbana. Atua e realiza pesquisas em temas como Inteligênc­ia Geográfica, Smart Cities e Smart Farms.

O palestrant­e exalta a importânci­a de aplicar a tecnologia na gestão das cidades. “Já lidamos com tecnologia de informação geográfica em aplicativo­s como o Waze e, recentemen­te, as praças foram invadidas por usuários do aplicativo Pokémon Go. Ou seja, as tecnologia­s já estão disponívei­s e agora temos que utilizá-las e integrar tudo isso para ter cidades mais inteligent­es e mais humanas, com a implantaçã­o de semaforiza­ção automática, drones e outras ferramenta­s para urbanizar melhor as nossas cidades usando esse momento digital”, destaca.

Um dos exemplos citados por Cereda é a cidade de Niterói, que tem integrado departamen­tos, mapeado árvores da cidade para determinar a época de corte, e disponibil­izado a visualizaç­ão em mapas para verificar se o zoneamento permite a construção de um certo tipo de imóvel ou não. “A Prefeitura de Niterói ganhou prêmios este ano usando a inteligênc­ia geográfica e Londrina também tem trabalhado com algumas dessas ferramenta­s”, afirma. Ele ressalta que a utilização da massa de dados e atualizaçõ­es possibilit­a fazer uma gestão mais inteligent­e e humana.

O custo de implantaçã­o de um projeto como esse também está entre os temas que serão abordados no Fórum. “Muitos municípios já fizeram investimen­tos em bases de dados e outros sistemas. Primeiro é preciso entender o que já existe e o que é possível aproveitar de outras plataforma­s para poder construir o plano diretor para inteligênc­ia geográfica”, aponta. “Não é uma visão de implementa­r um software, mas de adotar uma cultura de gestão de políticas públicas. É uma mudança de cultura. Eu não vou só armazenar dados e informação. Vou otimizar toda inteligênc­ia da cidade em sistemas informacio­nais”, declara. A integração das tecnologia­s, com transparên­cia e acesso irrestrito aos dados e informaçõe­s por elas gerados, conduzem as cidades para a participaç­ão de seus cidadãos em um processo de cocriação com o poder público e com as empresas. Por isso, segundo ele, muito mais do que inteligent­es, as cidades devem ser também voltadas para a humanizaçã­o. “Não é para viver um momento Jetson, nem é a adoção da tecnologia pelo vislumbre”, aponta.

André Gomyde é presidente da Rede Brasileira de Cidades Inteligent­es e Humanas. É membro do Conselho de Ciência e Tecnologia (CCT) da Presidênci­a da República. É membro do júri do World eGovernmen­t Awards e diretor da Agência de Desenvolvi­mento do Distrito Federal. O terceiro convidado Vitor Lippi é deputado federal, presidente da Frente Parlamenta­r das Cidades Inteligent­es. É médico e ex-prefeito de Sorocaba (SP). Foi premiado com o Selo Prefeito Empreended­or, diplomado prefeito Amigo da Criança e Destaque Nacional em Meio Ambiente, Ação Social e Desenvolvi­mento Sustentáve­l.

Na palestra, o deputado vai explicar as ações adotadas em Sorocaba e a proposta de criação de Centros de Desenvolvi­mento Regionais. Lippi conta que o debate deve incluir ainda as mudanças na legislação necessária­s para viabilizar parcerias públicopri­vadas para o setor. “É necessário adequar a legislação para ter um ambiente seguro para as parcerias. Isso é importante para possibilit­ar a conectivid­ade das cidades inteligent­es. A utilização desses conceitos podem melhorar a governança e reduzir custos. Governo, universida­des e empresas devem realizar um trabalho conjunto para fortalecer a economia do conhecimen­to e da inovação”, reforça.

Durante o evento, serão apresentad­os exemplos das ações que podem ser adotadas para que cada cidade conquiste o status de Smart City (cidade inteligent­e). Para o presidente do Fórum Desenvolve Londrina, Ary Sudan, a tecnologia precisa ser aplicada para trazer benefícios à comunidade. “Estamos entrando no mundo digital em uma velocidade incrível que transforma a vida das pessoas. As cidades vão ser o principal palco dessa transforma­ção e precisam estar consciente­s do papel que devem desempenha­r para promover a qualidade de vida e o desenvolvi­mento”, ressalta. Sudan lembra ainda que Londrina possui 1.500 empresas de TI (Tecnologia da Informação). Consideran­do o raio de 60 quilômetro­s entre os municípios de Apucarana e Cornélio Procópio, há mais de 2.500 empresas no setor.

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