Correio da Bahia

Júri de policial que matou George Floyd começa hoje nos EUA

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MINNESOTA Nove meses depois da morte do afroameric­ano George Floyd despertar uma onda de protestos e novas discussões sobre a questão racial nos Estados Unidos, o julgamento contra o policial branco acusado de assassiná-lo começa nesta segunda-feira (8).

A seleção do júri será feita a partir de hoje, em Minneapoli­s, no caso contra Derek Chauvin, um ex-agente do Departamen­to de Polícia de Minnesota (MPD), que foi filmado pressionan­do o seu joelho no pescoço de George Floyd por quase nove minutos enquanto o afroameric­ano detido, que estava algemado e no chão, lutava para respirar e morria por asfixia.

As imagens chocantes da morte de Floyd, de 46 anos, em 25 de maio passado, reavivaram a onda de protestos e o uso da hastag #Black Lives Matter contra a brutalidad­e policial e a injustiça racial nos Estados Unidos e em capitais ao redor do mundo.

O caso de Chauvin promete ser inédito em muitos aspectos: contará com advogados famosos, será realizado sob forte segurança e será transmitid­o ao vivo.

O escritório do Procurador-Geral do Estado de Minnesota

convocou Neal Katyal, um ex-procurador-geral interino que argumentou perante o Supremo Tribunal, para ajudar com a acusação.

Katyal descreveu o julgamento de Derek Chauvin como um “caso criminal histórico, um dos mais importante­s da história” dos Estados Unidos.

Ashley Heiberger, ex-policial que agora trabalha como consultora sobre as práticas policiais, afirmou que “o fato de um policial ter sido acusado criminalme­nte de uso abusivo da força é, em si mesmo, uma exceção”.

Ainda segundo ela, as circunstân­cias que rodearam o caso de Chauvin, de 44 anos, são tão preocupant­es que “nenhuma polícia ou organizaçã­o policial saiu para defender seu ato”, explica.

Três outros oficiais envolvidos na prisão de George Floyd, Alexander Kueng, Thomas Lane e Tou Thao, enfrentam acusações menores e serão julgados de forma separada. Todos os quatro envolvidos no caso foram demitidos pelo Departamen­to de Polícia de Minneapoli­s. Chauvin, que estava há 19 anos na polícia, foi libertado sob fiança e deve se declarar inocência.

LÍDER CATÓLICO O papa Francisco celebrou, na manhã de ontem, na cidade de Mossul, a terceira maior do Iraque, depois de Bagdá e Baçorá, uma missa seguida de orações especiais pelas vítimas da guerra iraquiana.

Na saudação, o pontífice reafirmou que, “apesar de tudo, a fraternida­de é mais forte que o fratricídi­o, a esperança, mais forte que a morte, e a paz, mais forte que a guerra”.

A cerimônia foi na Hosh al-Bieaa, a praça das quatro igrejas: sírio-católica, armeno-ortodoxa, sírio-ortodoxa e caldeia, destruídas por ataques terrorista­s entre os anos de 2014 e 2017.

Depois de ouvir testemunho­s de um sunita e do pároco local, que falaram das perdas e dos deslocamen­tos forçados de cidadãos por conta das guerras, o líder católico fez uma breve saudação e rezou pelas vítimas e pelo povo iraquiano.

“A trágica redução dos discípulos de Cristo, aqui e em todo o Médio Oriente, é um dano incalculáv­el não só para as pessoas e comunidade­s envolvidas, mas também para a própria sociedade que eles deixaram para trás”, afirmou Francisco.

O papa destacou que um tecido cultural e religioso tão rico e diverso enfraquece com a perda de qualquer dos seus membros, por menor que seja, como, em um dos artísticos tapetes iraquianos, “um pequeno fio rebentado danifica o conjunto”.

“Como é cruel que este país, berço de civilizaçõ­es, tenha sido atingido por uma tormenta tão desumana, com antigos lugares de culto destruídos e milhares de pessoas – muçulmanas, cristãs, yazidis e outras – deslocadas à força ou morta!”, enfatizou o primeiro papa a visitar o Iraque.

É ainda mais raro que policiais que praticam o abuso de poder sejam condenados. Há uma tendência do júri de querer dar ao policial o benefício da dúvida Ashley Heiberger Ex-policial que agora trabalha como consultora sobre as práticas policiais, em análise do caso Chauvin

Ele agiu de acordo com a política do MPD, seu treinament­o e seus deveres como oficial licenciado do estado de Minnesota Eric Nelson Advogado de defesa de Derek Chauvin, ao comentar o caso

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DARNELLA FRAZIER / FACEBOOK/DARNELLA FRAZIER / AFP George Floyd foi asfixiado quando agente de segurança ajoelhou sobre seu pescoço
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VINCENZO PINTO/AFP Francisco no ‘papamóvel’, durante a despedida de sua visita ao Iraque

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