Nem locais ocupados pela PM escapam
Mesmo quando há a intervenção maior da Secretaria de Segurança Pública (SSP), os trabalhadores se recusam a entrar em alguns pontos de Salvador, como Sussuarana, Bom Juá e Engenho Velho da Federação, bairros já ocupados pela Polícia Militar.“Mas é óbvio. Essas ações duram apenas alguns dias e a gente está lá o tempo todo”, diz o motoboy Antônio Francisco.
Em julho do ano passado, o Engenho Velho de Brotas foi ocupado por unidades do Batalhão de Choque, Grupamento Aéreo (Graer) e Esquadrão Águia. As ações preventivas e ostensivas foram realizadas nas localidades do Forno e Baixa da Égua. A guerra entre as facções Bonde do Maluco
(BDM) e o Comando da Paz (CP) deixou por 15 dias consecutivos o bairro nos noticiários policias. “Mas não durou muito. A polícia tirou a base móvel de lá e os caras voltaram a agir, subindo e descendo com armas. Como é que entra? Infelizmente, as entregas para lá eu e muitos outros não fazemos”, acrescenta Antônio.
Em Sussuarana, quando a PM ocupou a localidade de Parque Jocélia, após um intenso confronto entre traficantes em dezembro de 2020, é que o motorista de app Jorge Luís Freitas, 25, conseguia entrar na região, mesmo assim com receio. “Não tem como se sentir seguro ali. Só para entrar já dá medo. Uma rua estreita que não tem outra saída. Se acontece algo, até para tentar fugir é impossível”.
Em dezembro, a PM reforçou o policiamento de Bom Juá e São Caetano, palco da guerra entre três grupos.