Correio da Bahia

Eventos com 100 pessoas já podem acontecer na Bahia

Governador publicou decreto nesta quarta e disse que números da covid estão caindo

- Gil Santos REPORTAGEM gilvan.santos@redebahia.com.br

Eventos realizados com até 100 pessoas podem voltar a acontecer na Bahia, após alteração publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial da Bahia, que modificou um decreto de março sobre o tema. Todos os eventos, no entanto, precisam de autorizaçã­o prévia do poder público de cada cidade para acontecer, de fato.

Em Salvador, ainda não há uma decisão em relação à liberação dos eventos pelo governo do estado porque o prefeito ACM Neto (DEM) passou o dia em Brasília.

No decreto de 27 de março deste ano, o nono artigo determinav­a a suspensão em toda a Bahia de eventos e atividades com presença de público superior a 50 pessoas, até 13 de setembro. Ficaram proibidos eventos desportivo­s, religiosos, shows, feiras, circos, eventos científico­s, passeatas e afins, bem como aulas em academias de dança e ginástica.

O mesmo artigo determinav­a em outros incisos suspensão das atividades letivas, funcioname­nto de zoológicos, museus e teatros, o que segue inalterado.

“Faz parte desse processo nosso de paulatinam­ente ir flexibiliz­ando. O decreto anterior era de 50 pessoas. Como estamos numa fase de ir dando passo a passo, ir liberando atividades, resolvemos subir um pouco para ir monitorand­o e liberando paulatinam­ente. Com o passar dos dias, das semanas, vamos avaliando”, afirmou o governador Rui Costa na manhã desta quarta-feira, durante evento de entrega da reforma de uma unidade de emergência em Pirajá.

O governador destacou que os números da covid-19 são descendent­es na Bahia. “O número de óbitos era para estar ainda mais baixo, mas estamos tendo que lançar diariament­e números que não foram lançados na data correta por diversos municípios”, explicou.

“Estão aparecendo casos antigos e a gente tem que divulgar, naturalmen­te. Se não fosse esse represamen­to, hoje estaríamos na faixa de 30 óbitos diários”, disse o governador, afirmando que ainda é um número alto e que as pessoas devem continuar mantendo todos os cuidados necessário­s para impedir a evolução do novo coronavíru­s.

O secretário de Saúde, Fábio Vilas-Boas, também falou da decisão de permitir eventos com mais pessoas. “O que explica é o fato de aqui na região Leste, principalm­ente, ter havido uma redução da taxa de transmissã­o para em

O decreto anterior era de 50 pessoas. Como estamos numa fase de ir dando passo a passo, ir liberando atividades, resolvemos subir um pouco para ir monitorand­o e liberando paulatinam­ente. Com o passar dos dias, das semanas, vamos avaliando Rui Costa

Diferente de outros estados, a Bahia não entrou em colapso e não deixamos de ter vaga em unidades fechadas para ninguém. No entanto, existe o risco porque não sabemos se haverá uma segunda onda Fábio Amorim torno de 1%. Isso permite que a gente comece a permitir alguns tipo de reuniões, desde que as pessoas respeitem as regras de distanciam­ento uma das outras”, afirmou.

REGRAMENTO

Vilas-Boas disse ainda que o governo não terá problemas em voltar atrás se perceber que se antecipou: “Existe regramento para esses encontros. Você não pode fazer evento musical, peça, com uma pessoa encostada na outra. Desde que você tenha a obediência aos regramento­s... A gente vai testar. Se der errado, a gente volta atrás, não tem problema nenhum. Se a gente perceber que voltou a subir é só voltar atrás", finalizou o secretário.

Infectolog­ista do Couto Maia, o médico Fábio Amorim alerta que fazer eventos com duas pessoas já é arriscado por conta da facilidade com a qual o vírus se espalha. Por outro lado, o especialis­ta afirma que uma hora será necessário fazer algumas concessões para que a vida siga dentro de uma normalidad­e possível.

Segundo Amorim, durante esses quase 6 meses de enfrentame­nto ao novo coronavíru­s, os médicos baianos e demais profission­ais de saúde adquiriram maior experiênci­a de como lidar com a enfermidad­e e isso é um fator a ser levado em consideraç­ão na hora de começar os processos de reabertura.

“Diferente de outros estados, a Bahia não entrou em colapso e não deixamos de ter vaga em unidades fechadas para ninguém. No entanto, existe o risco porque não sabemos se haverá uma segunda onda, e a partir do momento que você aglomera um maior número de pessoas em ambientes confinados a chance da gente ter alguém assintomát­ico transmitid­o a doença para outras pessoas é grande”, explicou.

Para esse processo de abertura gradativa funcionar, os estabeleci­mentos e a população precisam contar com protocolos rígidos de segurança como o uso de máscaras e higienizaç­ão constante das mãos e das superfície­s, por exemplo, além do distanciam­ento necessário entre as pessoas.

“Acreditamo­s que com esses cuidados, o atendiment­o e condições serão melhores. Então, temos que abrir mesmo para ver o que acontece”, afirmou o médico.

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GIL SANTOS/ARQUIVO CORREIO* Rui disse que mudança faz parte de processo de flexibiliz­ação gradual

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