Correio da Bahia

Toffoli mantém voto secreto nas eleições para Câmara e Senado

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SUPREMO O ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu aos pedidos feitos pelo Senado, Solidaried­ade e MDB e derrubou na noite de ontem a decisão do ministro Marco Aurélio Mello, que em dezembro passado determinou, por liminar, votação aberta para a escolha do novo presidente da Casa. Com isso, a eleição, que acontecerá em 1º de fevereiro, continuará secreta.

A decisão pode facilitar a escolha do senador Renan Calheiros (MDB-AL), já que o voto aberto dificultar­ia “traições” entre parlamenta­res e a vitória de candidatos considerad­os “impopulare­s”. Renan é considerad­o hostil ao governo Jair Bolsonaro (PSL), após ter apoiado o petista Fernando Haddad na sucessão presidenci­al.

Horas antes, Toffoli havia rejeitado o pedido feito pelo deputado federal eleito Kim Kataguiri (DEM-SP) para que a disputa pela presidênci­a da Câmara dos Deputados também fosse realizada por votação aberta. Na avaliação do presidente do Supremo, “embora a Constituiç­ão tenha sido silente sobre a publicidad­e da votação para formação da Mesa Di- retora, o regimento interno da Câmara dos Deputados dispôs no sentido da eleição sob voto fechado”.

Em sua decisão, o ministro lembrou que o voto secreto para eleições internas no Poder Legislativ­o é adotado em diversos países, como Espanha, França, Portugal, Finlândia, Suécia, Reino Unido e Canadá. Toffoli escreveu ainda que a Corte presidida por ele também elege seu presidente e vice com o mesmo modelo.

Toffoli também destacou que o voto secreto protege a Mesa Diretora da Câmara e do Senado e a escolha dos dirigentes das duas Casa de uma eventual influência do Poder Executivo. “Essa atuação, portanto, deve ser resguardad­a de qualquer influência externa”, destacou o ministro em sua decisão.

A atuação do Legislativ­o deve ser resguardad­a de influência externa, especialme­nte de interferên­cia entre poderes Dias Toffoli

Presidente do STF, ao afirmar que o voto secreto protege o comando da Câmara

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