Verão requer cuidado especial com os olhos
exemplo) e infecções por vírus, bactérias ou fungos.
Conforme a SOB, a maioria das formas de conjuntivite não é contagiosa e são adquiridas por causas diversas, como uso inadequado de produtos de estética na face, protetores solares, exposição a alérgenos e falta de higiene (mão suja nos olhos).
Das causas infecciosas, as bacterianas e fungos são causadas pela contaminação direta. Nessas duas condições, o próprio organismo consegue, na maioria das vezes, conter a doença, dependendo da condição de imunidade ou da intensidade de contaminação.
Mas as mais frequentes e epidêmicas são as virais, altamente contagiosas e de transmissão pelo contato. Já a bacteriana é causada pelo patógeno Staphylococcus e, em estágio normal, atinge a conjuntiva. Mas, se não for tratada adequadamente, se espalha para a córnea e se transforma em uma ceratoconjuntivite ou até em uma úlcera de córnea.
A Bahia não costuma registrar surtos de conjuntivite, doença cujos casos não são de obrigação serem notificados quando chegam aos hospitais. Por ser uma doença de baixa letalidade e rápida solução, não é uma preocupação para o sistema público de saúde. Queridinho dos soteropolitanos, o Verão é a estação na qual, além de sol e calor, aumenta também a incidência de conjuntivite. A informação é da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que diagnosticou, em 2017, 1.369 casos da doença. De acordo com a gerente do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs), Cristiane Cardoso, esse número pode ser ainda maior.
“Como não é uma doença de registro específico obrigatório, nós fazemos o acompanhamento em apenas quatro Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade. Os 1.369 casos são referentes a essas unidades, então, pode ser que tenha sido ainda maior”, afirmou Cristiane. Ainda não há um levantamento sobre este ano.
Conforme a gerente do Cievs, os riscos são maiores no Verão em função das condições climáticas e dos hábitos da estação. “É quando a gente transpira mais, tem mais acesso a praias, piscinas. Quando, naturalmente, ficamos mais expostos, e precisamos ter mais atenção”, explicou.
A Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO) recomenda que, até o fim da estação, as pessoas tenham atenção redobrada nos cuidados com os olhos. Presidente da entidade, Armando Crema destaca que, no período mais quente, “os raios UV (ultravioleta) chegam com mais intensidade, podendo provocar problemas oculares, como pterígio e ceratite”.
Crema recomenda evitar ambientes fechados e aglomerações. Em caso de alguém na família com sintomas de conjuntivite, deve-se separar a roupa de cama e banho, lavando-a separadamente, e procurar o oftalmologista aos primeiros sintomas.
Para evitar problemas com os olhos, é importante também o uso de bonés e chapéus, óculos de sol de qualidade, com as proteções UVA e UVB. Uma lente escura de má qualidade pode comprometer a visão, piorando os efeitos dos raios ultravioleta. Em muitos dos casos, não é possível saber se os óculos escuros possuem os filtros necessários, por isso Crema recomenda, em caso de dúvida, que se solicite à ótica a medição dos filtros.
As manifestações como olhos vermelhos, com sensação de areia e fotofobia (desconforto com luminosidade) indicam quadros como ceratite de exposição, decorrentes de exposição prolongada às radiações solares.
O ideal é evitar a exposição em excesso ao sol. Crianças só devem se expor ao sol até as 10h ou depois das 17h, sempre com óculos, chapéus e filtros solares.
Conforme a SBO, as doenças oculares de Verão não causam morte, com exceção aos casos de tumores malignos, que são raros. No entanto, podem provocar problemas oculares sérios e até cegueira.
O governador Rui Costa foi diagnosticado com a doença no último dia 11. A assessoria do político informou ao CORREIO, no dia 15, que ele teve uma pequena inflamação nos olhos mas que já passava bem e retomou a agenda. Em Salvador, a SMS acompanha os registros apenas das UPAs Hélio Machado, em Itapuã; Rodrigo Argolo, no Cabula; Alfredo Boreau (12º Centro de Saúde), na Boca do Rio, e Maria Conceição Imbassahy (16º Centro de Saúde), na Liberdade.