Correio da Bahia

Viagem de risco

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Era pra ser uma manhã de trabalho como outra qualquer, até o motorista do aplicativo 99 Pop, Tarcísio Borges, 37 anos, receber um chamado para a Avenida Bonocô, em Salvador, e perceber a farsa: ele foi surpreendi­do por quatro homens, um deles portava uma arma de fogo. Antes das 6h30 da manhã, o condutor foi vítima de um assalto e perdeu o carro e o celular, que paga até hoje.

“Eles falaram que se eu fosse polícia ia morrer. A sorte foi que meu carro estava no seguro, mas perdi o celular, que dividi de 12 vezes”, lamenta o motorista. Desemprega­do, ele disse que, apesar do trauma, voltou a trabalhar um mês depois do ocorrido. “Eu só esperei o seguro devolver o carro e voltei pra pista, porque não posso largar minha fonte de renda”.

Algumas corridas de Uber do motorista João Ribeiro também terminaram em assaltos. O condutor trabalha no aplicativo desde junho do ano passado e já acumula oito furtos. Em uma das situações, ele relembra que foi parar em um local perigoso. “Quando eu peguei a corrida, achei que era uma corrida normal, mas quando chegou em uma rua sem saída os dois caras anunciaram o assalto”, relata.

João e Tarcísio integram o grupo dos 865 motoristas de aplicativo­s assaltados entre abril e dezembro do ano passado. O número foi divulgado ontem pelo Sindicato dos Motoristas por Aplicativo­s e Condutores de Cooperativ­as do Estado da Bahia (Simactter) durante protesto, que reuniu cerca de 200 pessoas para pedir Justiça pela morte de José Henrique Pereira Alves, 24 anos. Alves também atuava como Uber e foi morto em um assalto na Ilha Amarela, Subúrbio Ferroviári­o, no sábado (6).

“Hoje acontece, em média, de 15 a 18 assaltos, furtos ou

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