Correio da Bahia

Prévia da inflação oficial acumula 9,25% no intervalo de um ano

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IBGE O IPCA-15, considerad­o uma prévia da inflação oficial, atingiu 9,25% no acumulado dos últimos 12 meses, o maior nível para o intervalo desde dezembro de 2003 (9,86%). Os dados foram divulgados pelo IBGE, ontem. No período, a inflação foi afetada primeiro por preços administra­dos pelo governo, como a energia elétrica e combustíve­is. Depois, houve o impacto dos alimentos e jogos de azar. A energia elétrica teve um avanço de 59,38% nos últimos 12 meses até julho. Já o grupo de alimentaçã­o e bebidas teve alta de 10,03% no mesmo período. Com tanta pressão, a inflação está acima do teto da meta do governo, de 6,5% ao ano. O IPCA-15 tem a mesma metodologi­a do IPCA, índice oficial de inflação, só que no IPCA-15 o período de coleta se encerra ao redor do dia 15 do mês. Quando considerad­o apenas o mês de julho, a prévia da inflação oficial brasileira foi de 0,59%, desacele- rando na comparação a junho (0,99%) deste ano. Por trás da desacelera­ção estão os preços que foram vilões da inflação nos últimos meses e que começaram a dar uma trégua, com a maior parte dos reajustes ficando para trás. Dos nove grupos acompanhad­os pelo IBGE, somente habitação (1,15%) e comunicaçã­o (0,59) tiveram aceleração de junho para julho. Entre os que desacelera­ram está o grupo das despesas pessoais, de 1,79% para 0,83% em julho. Dentro desse grupo estão jogos de azar. Com o reajuste da Caixa Econômica Federal, os jogos lotéricos ficaram 7,06% mais caros em julho, desacelera­ndo frente a junho (37,77%). Apesar da alta menor, a inflação registrada em julho é considerad­a alta para os padrões históricos do mês. O índice é maior que o de julho de 2014 (0,17%) e o maior para o mês desde 2008 (0,63%). Culpa dos alimentos. O grupo desacelero­u de junho (1,21%) para julho (0,64%). Mas, em julho de 2014, o grupo tinha apresentad­o deflação (queda de preço) de 0,15%. Em julho, o grupo de alimentos deu a segunda maior contribuiç­ão para o avanço do IPCA-15, com impacto de 0,16 pontos percentuai­s. Uma série de fatores explica a pressão sobre os preços dos alimentos, desde o patamar do câmbio, passando por chuvas em regiões produtoras e menor oferta do produto. O maior impacto veio do grupo habitação, de 0,18 ponto percentual. O grupo foi afetado pelo aumento da energia elétrica (1,91%), o maior impacto individual no índice no mês.

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