Reprovação de Bolsonaro sobe para 51% e bate novo recorde
Maioria acha que presidente é desonesto, falso, incompetente, despreparado e pouco inteligente
A reprovação a Jair Bolsonaro (sem partido) subiu e atingiu 51%, o maior índice nos 13 levantamentos feitos pelo Datafolha desde que o presidente assumiu o governo, em janeiro de 2019.
Para o brasileiro, ele é desonesto, falso, incompetente, despreparado, indeciso, autoritário, favorece os ricos e mostra pouca inteligência.
A pesquisa foi feita presencialmente nos dias 7 e 8 de julho com 2.074 pessoas acima de 16 anos em 146 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Na rodada anterior, realizada em 11 e 12 de maio, Bolsonaro tinha seu governo avaliado como ruim e péssimo por 45% dos ouvidos.
O crescimento ocorreu sobre segmentos que viam o presidente como regular, em um período marcado fortemente por denúncias de corrupção no Ministério da Saúde na pandemia, a atuação da CPI da Covid e os três primeiros dias nacionais de protestos contra Bolsonaro.
Já a avaliação positiva do presidente, que havia atingido seu pior nível com 24% em março, seguiu estável.
Nesse sentido, o derretimento agudo da popularidade do mandatário estancou nesse levantamento, o que não deixa de ser uma boa notícia para o Planalto em meio ao festival de intempéries.
Os que o consideram regular caíram de 30% para 24%, comparando com o levantamento de maio.
Bolsonaro segue sendo o presidente com a segunda pior avaliação a esta altura de um primeiro mandato para o qual foi eleito desde a volta dos pleitos diretos para presidente, em 1989.
Só perde para Fernando Collor, que em meados de 1992 já enfrentava a tempestade do impeachment que o levou à renúncia no fim daquele ano. O hoje senador tinha 68% de ruim/ péssimo, 21% de regular e apenas 9% de ótimo/bom.
Autoritário
O presidente refez ameaças à ordem democrática, de acordo com a percepção popular de que é um autoritário. Ele é assim visto por 66% da população já eram expressivos 57% em abril de 2019 e 64% em junho de 2020.
Só o associam a um democrata 28%, queda em relação aos 37% de 2019 e outra estabilidade ante os 30% do ano passado, mostrando que a impressão se estabilizou.
Bolsonaro segue sendo avaliado negativamente por mulheres (56%), jovens de 16 a 24 anos (56%), pessoas com ensino superior (58%) e os mais ricos (58%), apesar do recuo indicado.
Já seu desempenho é mais positivo para quem tem mais de 60 anos (32% de ótimo ou bom), mais ricos (32%) e entre quem ganha de 5 e 10 mínimos (34%).
Regionalmente, sua melhor avaliação segue nos bastiões que o acompanham, com variações, desde a campanha eleitoral de 2018. No Norte/centro-oeste (15% da amostra), Bolsonaro é visto com um presidente ótimo ou bom por 34%. No Sul (15% da amostra), por 30%.
Na mão inversa, seu pior desempenho é no Nordeste (60%). (Folha)
Reprovação a Bolsonaro bate recorde e atinge 51% dos brasileiros
Resposta estimulada e única, em % 33 32 30
4
2 e 3.abr.19
Aprovam o governo de Bolsonaro
Reprovam o governo de Bolsonaro
Entre quem prefere outro partido
que não PT, MDB ou PSDB
Entre moradores do Centro-oeste
Entre quem tem mais de 60 anos
Entre quem mora na região Nordeste
Comparação com outros presidentes em períodos similares de governo
Resposta estimulada e única, em %
Fernando Collor
(set.92)
Itamar Franco
(dez.94)
FHC 1 (jun.97)
Lula 1 (jul.05)
Dilma 1 (jun.13)
Dilma 1 (ago.13)
Michel Temer
(jun.18)
Jair Bolsonaro
(jul.21)
Entre quem ganha mais de dez
salários mínimos
Ótimo/ bom 11 29
9 21
41
39
35
30
36
Regular
58
3 14 82
24
Entre quem prefere o PT
Entre estudantes
68
24
Ruim/ péssimo
49 36
34 32
Não sabe
2
2
4
2
1
1
1
1
1
Imagem do presidente
Resposta estimulada e múltipla, em %
37
6
abr.19 52 44
jun.20
Respeita mais os ricos
É democrático
66
56
42