Bolsonaro convida secretário do Paraná para assumir a Educação
Renato Feder pode ser o quarto na pasta deste governo, mas nome tem pressão da ala ideológica
BRASÍLIA O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) convidou o secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, 41 anos, para comandar o Ministério da Educação após a polêmica dupla com as saídas de Abraham Weintraub, que insultou o STF (Supremo Tribunal Federal), e de Carlos Decotelli, por causa de falsidades e seu currículo.
A informação foi confirmada por auxiliares diretos do presidente no Palácio do Planalto e também por aliados de Feder.
Bolsonaro chegou a dizer a assessores, ainda pela manhã, que anunciaria nesta sexta (3) o novo ministro. A escolha por Renato Feder, porém, veio acompanhada de críticas e pressão para uma mudança por parte de evangélicos, militares e membros da chamada ala ideológica, ligados aos seguidores de Olavo
de Carvalho e aos filhos do presidente.
Com a reação, Bolsonaro disse a pessoas próximas que aguardará o tempo que julgar necessário antes de anunciá-lo oficialmente. O objetivo é observar a repercussão, uma vez que o presidente e assessores avaliam que não é mais possível errar na escolha do titular do MEC.
Olavistas acreditam que o anúncio pode ocorrer somente na segunda-feira (5). Segundo pessoas próximas a Feder, ele foi convidado para estar em Brasília nesse dia.
Escolha com roupagem técnica, Feder ascendeu como cotado a partir de negociações políticas envolvendo o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD). O ministro das Comunicações, Fabio Faria, é da mesma legenda e apoia o secretário.
Enquanto avalia a repercussão, o governo escalou aliados para tentar converter a oposição ao nome. A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) foi uma das principais defensoras da indicação de Feder nesta sexta pelas redes sociais. Como ela,
Weintraub também publicou mensagem desejando sorte a ele.
“Desejo sorte e sucesso ao novo ministro da Educação, Renato Feder, e ao presidente Jair Bolsonaro. Estarei sempre torcendo pelo bem do Brasil”, escreveu o ex-ministro, que está nos Estados Unidos.
Olavistas têm ressaltado a proximidade de Feder com o PSDB e o financiamento dele para a candidatura de João Doria em São Paulo, o que pesou para que ele fosse preterido após a saída de Weintraub. Uma denúncia de crime fiscal relacionada à empresa Multilaser, da qual ele é sócio, também tem sido explorada.
Olavo de Carvalho escreveu no Facebook que não conhece Feder. “Não escrevi nem disse uma palavra a favor ou contra ele. Se me atribuem alguma coisa, é mentira grossa”, publicou. (Folha)