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Bolsonaro convida secretário do Paraná para assumir a Educação

Renato Feder pode ser o quarto na pasta deste governo, mas nome tem pressão da ala ideológica

- JULIA CHAIB PAULO SALDAÑA GUSTAVO URIBE

BRASÍLIA O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) convidou o secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, 41 anos, para comandar o Ministério da Educação após a polêmica dupla com as saídas de Abraham Weintraub, que insultou o STF (Supremo Tribunal Federal), e de Carlos Decotelli, por causa de falsidades e seu currículo.

A informação foi confirmada por auxiliares diretos do presidente no Palácio do Planalto e também por aliados de Feder.

Bolsonaro chegou a dizer a assessores, ainda pela manhã, que anunciaria nesta sexta (3) o novo ministro. A escolha por Renato Feder, porém, veio acompanhad­a de críticas e pressão para uma mudança por parte de evangélico­s, militares e membros da chamada ala ideológica, ligados aos seguidores de Olavo

de Carvalho e aos filhos do presidente.

Com a reação, Bolsonaro disse a pessoas próximas que aguardará o tempo que julgar necessário antes de anunciá-lo oficialmen­te. O objetivo é observar a repercussã­o, uma vez que o presidente e assessores avaliam que não é mais possível errar na escolha do titular do MEC.

Olavistas acreditam que o anúncio pode ocorrer somente na segunda-feira (5). Segundo pessoas próximas a Feder, ele foi convidado para estar em Brasília nesse dia.

Escolha com roupagem técnica, Feder ascendeu como cotado a partir de negociaçõe­s políticas envolvendo o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD). O ministro das Comunicaçõ­es, Fabio Faria, é da mesma legenda e apoia o secretário.

Enquanto avalia a repercussã­o, o governo escalou aliados para tentar converter a oposição ao nome. A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) foi uma das principais defensoras da indicação de Feder nesta sexta pelas redes sociais. Como ela,

Weintraub também publicou mensagem desejando sorte a ele.

“Desejo sorte e sucesso ao novo ministro da Educação, Renato Feder, e ao presidente Jair Bolsonaro. Estarei sempre torcendo pelo bem do Brasil”, escreveu o ex-ministro, que está nos Estados Unidos.

Olavistas têm ressaltado a proximidad­e de Feder com o PSDB e o financiame­nto dele para a candidatur­a de João Doria em São Paulo, o que pesou para que ele fosse preterido após a saída de Weintraub. Uma denúncia de crime fiscal relacionad­a à empresa Multilaser, da qual ele é sócio, também tem sido explorada.

Olavo de Carvalho escreveu no Facebook que não conhece Feder. “Não escrevi nem disse uma palavra a favor ou contra ele. Se me atribuem alguma coisa, é mentira grossa”, publicou. (Folha)

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Jaelson Lucas/aen O secretário da Educação do Paraná, Renato Feder, convidado a assumir ministério pelo presidente Jair Bolsonaro, que testa a repercussã­o do nome

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