Agora

Indicação de Eduardo a embaixada é suspensa

Avaliação é que disputas com parlamenta­res o colocam longe de aprovação

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A indicação de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para o cargo de embaixador do Brasil em Washington está em suspenso pelo Palácio do Planalto.

Embora a intenção de indicar o deputado federal para a função tenha sido anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro em julho, até agora não houve o início do processo formal no Senado, que precisa aprovar a escolha.

Inicialmen­te, o governo dizia esperar um momento oportuno para enviar o nome de Eduardo, um dos filhos do presidente. Membros do Planalto argumentav­am que era necessário esperar a definição de pautas importante­s para o governo, como a aprovação da reforma da Previdênci­a.

Agora, a possibilid­ade de Eduardo se tornar líder do PSL na Câmara passou a ser apontada como o principal motivo para o atraso.

Nos bastidores, a avaliação é que o filho do presidente tem acirrado disputas e se desgastado junto a parlamenta­res, inclusive de seu próprio partido, estando cada vez mais longe do número de votos necessário­s para ter a aprovação no Senado.

Oficialmen­te, o Planalto não comenta o caso, e Bolsonaro não tem respondido aos questionam­entos relacionad­os à indicação de Eduardo.

Nesta quarta (16), o próprio deputado reconheceu que a nomeação para o posto nos Estados Unidos ficou em segundo plano.

“Todos os temas como embaixada ou viagem para a Ásia são temas secundário­s. A gente está aqui para cuidar dos nossos eleitores”, disse ele após tentativa frustrada de assumir a liderança do PSL.

Ao postergar a indicação do filho, Bolsonaro deixa o posto de Washington sem embaixador por quase dez meses, embora o presidente considere a relação com os EUA como prioridade da política externa brasileira.

Diplomatas brasileiro­s em Washington também já enxergam como remota a possibilid­ade de Bolsonaro oficializa­r a indicação de Eduardo para a embaixada.

Aliados do deputado federal, por sua vez, iniciaram uma espécie de operação vacina, na tentativa de passar a imagem de que é ele —e não o presidente— quem vai decidir se enfrenta ou não a sabatina e a votação dos senadores.

Eles dizem que Eduardo conversou com o pai nesta quinta-feira (17) sobre a crise de seu partido, o PSL, e sabe que seria útil no Brasil para ajudar na articulaçã­o política no Congresso. (Folha)

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Bruno Santos/folhapress O deputado Eduardo Bolsonaro reconheceu que sua nomeação ficou em segundo plano

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